A dura jornada dos necessitados

Correio Braziliense
postado em 24/09/2020 22:58 / atualizado em 24/09/2020 22:58


De acordo com a Secretaria Especial de Previdência e Trabalho e o INSS, ontem, 62% dos peritos atenderam nas agências — ou seja, 477 de um total de 762 médicos compareceram. Até as 16h, foram feitas 4.169 perícias presenciais, em 202 postos. Mas os beneficiários continuam com dificuldades. Marta Ribeiro, de 44 anos, motorista de ônibus em Osasco (SP), aguarda há mais de um ano análise de um pedido auxílio após um acidente de trabalho. Os movimentos repetitivos e desgastantes da rotina de condutor lhe causaram desgaste da cartilagem no joelho direito. Agora, ela depende de muletas para se locomover, apesar das duas cirurgias para tentar resolver o problema.

“Tenho um pedido de auxílio-acidente desde de 17 julho de 2019. Está em análise e, até hoje, nada de perícia. Recentemente, passei por cirurgia. Fiz o requerimento à distância e mandei o atestado, que determinava que deveria ficar 60 dias em repouso, mas a empresa só me concedeu 30. Marquei perícia no município de São Roque (SP), mas, ao chegar lá, a agência estava fechada”, explicou Marta.

Além do constrangimento de não ser atendida no posto — a uma hora de distância de casa —, a perícia da motorista foi reagendada para dia 30. “É um descaso com pessoas como eu. Estou sem receber salário. Imagine só: de muletas e dependo dos outros. Já faz mais de um ano esperando o auxílio-acidente, sem salário. Tive que entrar na Justiça contra a empresa, pois não me realocaram para outra função”, explicou.

Ela define como “péssimo” o atendimento do INSS e também reclama dos peritos. “O INSS precisa melhorar muitas coisas. A demora com essa análise é um absurdo. Além disso, queria que um perito médico federal ficasse um ano e meio sem receber salário. Se eles se colocassem no meu lugar, talvez conseguissem ter um pouco mais de empatia”, desabafa Marta. (VB e FS)

 

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