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Produção industrial cresce 8% em julho, terceiro mês seguido de alta

O crescimento ainda não é suficiente para eliminar a perda de 27% acumulada em março e abril, que levaram o patamar de produção ao fundo do poço. Setor automotivo tem maior alta, de 43,9%

Em julho de 2020, a produção industrial cresceu 8% frente a junho, na série com ajuste sazonal, com três meses consecutivos de alta. Apesar da recuperação, o crescimento ainda não foi suficiente para eliminar a perda de 27% acumulada em março e abril, momento de agravamento dos efeitos do isolamento social por conta da pandemia da covid-19, que afetou o processo de produção em várias unidades produtivas no país e levou o patamar de produção ao seu ponto mais baixo da série.

No acumulado do ano, a produção da indústria registra queda de 9,6% e de 5,7% em 12 meses. Na média móvel trimestral, a alta é de 8,8%. Em relação a julho de 2019, neste caso sem ajuste sazonal, a indústria recuou 3% em julho de 2020, nono resultado negativo seguido nessa comparação. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (3/9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A produção de veículos automotores, reboques e carrocerias, que avançou 43,9% em julho de 2020, impulsionada, em grande medida, pela continuidade do retorno à produção após a interrupção em função da pandemia. O setor acumulou expansão de 761,3% em três meses consecutivos de crescimento na produção, mas ainda assim se encontra 32,9% abaixo do patamar de fevereiro último.

Contribuições positivas

Outras contribuições positivas relevantes sobre o total da indústria vieram de Metalurgia (18,7%), de Indústrias extrativas (6,7%), de Máquinas e equipamentos (14,2%), de Coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (3,8%), de Outros produtos químicos (6,7%), de Produtos alimentícios (2,2%), de Produtos de metal (12,4%), de Produtos de minerais não-metálicos (10,4%), de Confecção de artigos do vestuário e acessórios (29,7%), de Produtos de borracha e de material plástico (9,8%), de Produtos têxteis (26,2%), de Equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (13,8%), de Máquinas, aparelhos e materiais elétricos (12,0%), de Produtos diversos (27,9%) e de Bebidas (4,6%).

Por outro lado, o ramo de Impressão e reprodução de gravações, com queda de 40,6%, assinalou o único resultado negativo nesse mês. A atividade havia registrado expansão de 77,1% em junho, quando interrompeu dois meses consecutivos de redução na produção, período em que acumulou perda de 27,7%.

Entre as grandes categorias econômicas, em relação a junho de 2020, bens de consumo duráveis, ao crescer 42%, mostrou a taxa positiva mais acentuada em julho de 2020. Foi o terceiro mês seguido de expansão na produção, acumulando 443,8% de avanço no período. Mesmo assim, o segmento ainda se encontra 15,2% abaixo do patamar de fevereiro.

Os setores produtores de bens de capital (15%) e de bens intermediários (8,4%) avançaram acima da média da indústria (8,0%). Já o de bens de consumo semi e não-duráveis (4,7%) também teve taxa positiva, mas assinalou o crescimento menos intenso entre as categorias econômicas. Todos esses segmentos apontaram expansão pelo terceiro mês consecutivo e acumularam no período ganhos de 70,5%, 21,1% e 24,0%, respectivamente, mas ainda assim permanecem abaixo do patamar de fevereiro último.