Amazônia+21

Amazônia reúne alto potencial de desenvolvimento, afirmam especialistas

Em evento promovido pela CNI, empresários e consultores ressaltam as oportunidades na área de turismo, biodiversidade e serviços ambientais. Segundo eles, progresso econômico e sustentabilidade não são incompatíveis

A Amazônia tem um conjunto de atributos que pode atrair investimentos como provedor de serviços ambientais, biodiversidade e turismo de alto valor agregado. A opinião é do consultor internacional de negócios Cláudio Frischtak, presidente da Inter.B, nesta quarta-feira (23/9), durante a terceira rodada de debates prévios do Fórum Mundial Amazônia+21, que ocorrerá no em novembro. Frischtak participou do painel Os desafios da infraestrutura básica e tecnológica na Amazônia: saneamento, logística e conectividade, moderado pelo presidente da Câmara da Brasileira da Indústria da Construção Civil (CBIC), José Carlos Martins.

Segundo Martins, a infraestrutura na Amazônia precisa ser discutida para atender às peculiaridades locais e deve ser explorada com inteligência e respeito ao meio ambiente. “Nada é mais importante do que uma infraestrutura adequada. Energia, saneamento e logística precisam atender aos interesses e características regionais”, disse o presidente da CBIC.

Para Olivier Girard, da Macrologística, a Amazônia tem deficiências estruturais. “Não há motivo para não ter desenvolvimento econômico com sustentabilidade. Os dois não são excludentes”, ressaltou. Segundo ele, a capital do Amazonas, Manaus, com 2 milhões de habitantes, não está está ligada ao resto do país por rodovia. “No entanto, quando se fala em pavimentação da BR-319, há muitos obstáculos que impedem essa integração. Isso faz com que tudo por lá custe mais caro”, alertou.

Projeção global

Para Frischtak, não há nenhuma região do Brasil com a importância da Amazônia para a projeção global do Brasil. “Para o bem e para o mal”, assinalou. “A importância para o mundo é crescente, porque a crise climática veio para ficar. E a Amazônia tem papel central em reduzir o impacto das mudanças do clima”, pontuou.

Conforme o especialista, o bioma da Amazônia é um grande provedor de serviços ambientais. “A região necessita ser remunerada por isso. Também tem a maior biodiversidade do planeta e, nesse sentido, há um potencial ainda pouco explorado. Precisamos saber como explorar de forma sustentável”, sustentou. Frischtak também disse que é possível desenvolver um turismo qualificado de alto valor agregado. “As pessoas estão se candidatando a pagar US$ 200 mil para passar 15 minutos numa cápsula orbital. Então existe este turista disposto a apoiar o desenvolvimento da região em bases sustentáveis”, afirmou.