A decisão do governo federal de zerar a tarifa de importação do arroz para tentar aumentar a oferta e reduzir o preço do produto ainda não surtiu efeito. Dados da balança comercial, divulgados ontem, revelam que, em setembro, não houve importações significativas de arroz. Por isso, o produto segue em alta nos mercados brasileiros.
No mês passado, o Brasil importou 51,2 mil toneladas de arroz com casca e 73,8 mil toneladas de arroz sem casca. Porém, a maior parte do produto veio do Paraguai, de onde o Brasil já consegue importar sem a cobrança de tarifas. Ou seja, não é fruto da isenção da Tarifa Externa Comum (TEC) — medida anunciada em 9 de setembro, em meio à escalada de preços do arroz, com o intuito de permitir a importação de até 400 mil toneladas do produto sem a cobrança de tarifas até o fim do ano.
“Ainda não observamos uma operação de importação em volumes significativos decorrentes da cota”, disse o subsecretário de Inteligência e Estatísticas de Comércio Exterior do Ministério da Economia, Herlon Brandão. Diretora-executiva da Associação Brasileira da Indústria do Arroz (Abiarroz), Andressa Silva contou que a importação do Paraguai já havia sido negociada antes mesmo da isenção da TEC, mas garantiu que já há mais arroz a caminho do Brasil e sem tarifa. “Depois da isenção da TEC, foram negociadas 200 mil toneladas com a Índia, os Estados Unidos e a Guiana. O primeiro embarque deve chegar na segunda quinzena deste mês de outubro ou na primeira quinzena de novembro”, afirmou.
Com a escassez do produto, os preços continuam altos. De acordo com o Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) da Fundação Getulio Vargas (FGV), o arroz ficou 8,01% mais caro nos últimos 30 dias. Em agosto, o produto já havia subido 19,25%.
Com a queda contínua nas importações devido à pandemia da covid-19, a balança comercial brasileira registrou mais um superavit recorde em setembro. As exportações superaram as importações em US$ 6,16 bilhões, o maior resultado para o mês na série iniciada em 1989. No ano, o superavit já soma US$ 42,44 bilhões. Apesar do recorde, tanto as exportações quanto as importações registraram queda, refletindo o ritmo fraco da atividade econômica.
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.