Arroz: sem importação, preço segue alto

Marina Barbosa
postado em 02/10/2020 00:55

A decisão do governo federal de zerar a tarifa de importação do arroz para tentar aumentar a oferta e reduzir o preço do produto ainda não surtiu efeito. Dados da balança comercial, divulgados ontem, revelam que, em setembro, não houve importações significativas de arroz. Por isso, o produto segue em alta nos mercados brasileiros.

No mês passado, o Brasil importou 51,2 mil toneladas de arroz com casca e 73,8 mil toneladas de arroz sem casca. Porém, a maior parte do produto veio do Paraguai, de onde o Brasil já consegue importar sem a cobrança de tarifas. Ou seja, não é fruto da isenção da Tarifa Externa Comum (TEC) — medida anunciada em 9 de setembro, em meio à escalada de preços do arroz, com o intuito de permitir a importação de até 400 mil toneladas do produto sem a cobrança de tarifas até o fim do ano.

“Ainda não observamos uma operação de importação em volumes significativos decorrentes da cota”, disse o subsecretário de Inteligência e Estatísticas de Comércio Exterior do Ministério da Economia, Herlon Brandão. Diretora-executiva da Associação Brasileira da Indústria do Arroz (Abiarroz), Andressa Silva contou que a importação do Paraguai já havia sido negociada antes mesmo da isenção da TEC, mas garantiu que já há mais arroz a caminho do Brasil e sem tarifa. “Depois da isenção da TEC, foram negociadas 200 mil toneladas com a Índia, os Estados Unidos e a Guiana. O primeiro embarque deve chegar na segunda quinzena deste mês de outubro ou na primeira quinzena de novembro”, afirmou.

Com a escassez do produto, os preços continuam altos. De acordo com o Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) da Fundação Getulio Vargas (FGV), o arroz ficou 8,01% mais caro nos últimos 30 dias. Em agosto, o produto já havia subido 19,25%.

Com a queda contínua nas importações devido à pandemia da covid-19, a balança comercial brasileira registrou mais um superavit recorde em setembro. As exportações superaram as importações em US$ 6,16 bilhões, o maior resultado para o mês na série iniciada em 1989. No ano, o superavit já soma US$ 42,44 bilhões. Apesar do recorde, tanto as exportações quanto as importações registraram queda, refletindo o ritmo fraco da atividade econômica.

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação