Salário

Latam recebe autorização para mudar modelo de remuneração

Empresa chileno-brasileira decidiu, ainda no início do ano, fazer cortes permanentes nos rendimentos da tripulação. Início das negociações só foi permitido este mês

Natália Bosco*
postado em 05/10/2020 17:48 / atualizado em 05/10/2020 17:48
Em reunião on-line, tripulantes associados da Latam Airlines Brasil deram aval para que a diretoria do sindicato inicie negociações com a empresa -  (crédito: Martin BERNETTI / AFP)
Em reunião on-line, tripulantes associados da Latam Airlines Brasil deram aval para que a diretoria do sindicato inicie negociações com a empresa - (crédito: Martin BERNETTI / AFP)

Em reunião on-line, tripulantes associados da Latam Airlines Brasil deram aval para que a diretoria do Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA) inicie negociações de mudanças permanentes na remuneração da empresa. Durante o encontro, que ocorreu em 1º e 2 de outubro, a maioria foi a favor de seguir a negociação. Agora, a SNA vai apresentar a decisão ao Tribunal Superior do Trabalho (TST), que será o mediador do acordo e encaminhará os próximos passos.


Em comunicado oficial, a Latam disse que "reconhece como positivo o resultado da votação da assembleia realizada entre 1 e 2 de outubro de 2020 e já está em contato com o SNA para iniciar as negociações para um novo modelo de remuneração dos seus tripulantes”.

Outras empresas aéreas, como a Gol, fizeram a proposta de redução temporária em razão da crise causada pela pandemia do novo coronavírus. Segundo o SNA, os funcionários concordam com a alternativa temporária, mas acusam a Latam de se aproveitar do cenário atual para passar cortes permanentes. A companhia alega, porém, que paga salários mais altos do que as concorrentes e que a ideia seria equilibrar essa diferença e antecipar períodos de dificuldades.

“O avanço deste processo é fundamental para o diálogo conjunto e em prol da competitividade das operações e da continuidade das oportunidades de emprego da companhia", disse a empresa, em nota.

Em março deste ano, logo no início da pandemia, a Latam já havia proposto a redução de salários dos funcionários, a fim de evitar a demissão em massa. Além disso, a companhia havia apresentado aos tripulantes a opção de licença não remunerada voluntária, por um período mínimo de três meses, com manutenção de todos os benefícios. A licença foi acatada, mas a redução dos salários, não.

Com isso, em 31 de julho, a empresa anunciou o início de um processo de demissão de 2,7 mil tripulantes. Segundo o SNA, o corte representou 38% do total de funcionários da tripulação. No mesmo mês, o Centro de Manutenção da Latam demitiu 204 empregados. Nos dois casos, foi implementado o Programa de Demissão Voluntária (PDV), aderido por alguns.

A Latam Airlines Brasil foi procurada para falar sobre o assunto, mas não quis fazer nenhum novo pronunciamento.

Votação

A votação sobre o pedido da empresa de realizar cortes permanentes nos salários teve o seguinte resultado: comandantes, 65,5% a favor e 34,5% contra; copilotos, 65,4% a favor e 34,6% contra; comissários, 55,7% a favor e 44,3% contra.

 

*Estagiária sob supervisão de Cida Barbosa

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