CNI

Faturamento da indústria de transformação volta ao nível pré-pandemia

Segundo a CNI, recuperação foi registrada em agosto. Porém, outros indicadores industriais ainda sofrem os efeitos da covid-19

Marina Barbosa
postado em 06/10/2020 10:21 / atualizado em 06/10/2020 10:22
O número de horas trabalhadas e a remuneração média do seto ainda não reverteram todas as quedas -  (crédito: Divulgação/IBGE)
O número de horas trabalhadas e a remuneração média do seto ainda não reverteram todas as quedas - (crédito: Divulgação/IBGE)

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) informou, nesta terça-feira (6/10), que o faturamento da indústria de transformação brasileira retornou ao nível pré-pandemia. O número de horas trabalhadas e a remuneração média do setor, contudo, ainda não reverteram todas as quedas sofridas diante do novo coronavírus.

Como já havia mostrado o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a produção industrial brasileira engatou o quarto mês consecutivo de recuperação em agosto. A CNI calcula, então, que o faturamento real da indústria de transformação aumentou 2,3% no mês. E, com isso, conseguiu recuperar as perdas da pandemia e se posicionar em um patamar superior ao do início do ano.

Segundo a CNI, o faturamento real da indústria da transformação também apontou um crescimento de 3,6% em relação a agosto de 2019. Porém, no acumulado do ano, ainda apresenta um saldo negativo. O recuo é de 3,9% quando se compara o saldo dos oito primeiros meses de 2020 com o do mesmo período de 2019, devido à "forte queda" observada em março e abril, quando o distanciamento social provocou o fechamento de diversas fábricas brasileiras.

Outros indicadores

Dados divulgados nesta terça-feira pela CNI mostram que os outros indicadores da indústria de transformação também apresentam recuperação, apesar de ainda estarem em níveis inferiores aos do início do ano.

O emprego industrial, por exemplo, registrou o primeiro crescimento do ano, com uma alta de 1,9% em agosto. E, segundo a CNI, "já se encontra próximo do que vigorava pré-crise, após ajuste sazonal". Se comparado com o mesmo período do ano passado, contudo, o emprego ainda apresenta um recuo de 2,9%.

Da mesma forma, a CNI destacou que a Utilização da Capacidade Instalada (UCI) "está praticamente no mesmo patamar que se situava antes da crise". O indicador marcou 78,1% em agosto. Logo, está 0,8 ponto percentual abaixo do percentual de fevereiro deste ano, mas já se encontra 0,6 ponto percentual acima do nível observado em agosto de 2019.

Outros indicadores industriais, entretanto, ainda sofrem os efeitos da pandemia. As horas trabalhadas na produção, o rendimento médio do trabalhador industrial e a massa salarial, por exemplo, cresceram em agosto, mas ainda estão longe do nível de fevereiro.

Segundo a CNI, esses índices têm sido afetados pelos acordos realizados no âmbito da MP 936. "A massa salarial e o rendimento médio vêm se recuperando mais devagar, devido aos acordos de suspensão de contrato ou redução da jornada de trabalho com redução de salário", explicou a CNI. A entidade destacou, por sua vez, que "ainda que não tenham retornado ao patamar pré-crise, (as horas trabalhadas) acumulam um crescimento de 25,1% desde maio".

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação