TELECOMUNICAÇÕES

Brasília terá cobertura 5G

Capital será a primeira cidade brasileira a ter a tecnologia em operação comercial, por meio de projeto-piloto que será lançado hoje pela Oi. Operadora garante cobertura para 80% da área na região

Simone Kafruni
postado em 07/10/2020 01:09
 (crédito: Ana Rayssa/CB/D.A Press)
(crédito: Ana Rayssa/CB/D.A Press)

A operadora Oi, que teve o aditamento ao seu plano de recuperação judicial homologado ontem, começa hoje a operação comercial da rede 5G no Distrito Federal. Brasília foi o local escolhido para o lançamento da tecnologia, que, ao contrário de outras operadoras, terá uma frequência dedicada para o 5G. Para isso, vai utilizar parte do espectro ocioso da tecnologia 3G. Com isso, os usuários que migrarem para o serviço terão velocidades até cinco vezes maiores em relação aos 100 megabits por segundo (Mbps) do 4,5G, e quase nenhuma latência, que é a demora na resposta, os grandes diferenciais do 5G.

Como a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) só deve fazer o leilão do 5G no ano que vem, as operadoras estão usando frequências de que já dispõem para os testes com a nova tecnologia. Até agora, a novidade era usar as faixas 2G, 3G e 4G para dar caminho ao 5G, no chamado 5G DSS. A Oi optou por designar uma faixa exclusiva para o 5G, único projeto piloto ancorado em espectro dedicado exclusivamente para essa tecnologia antes do leilão.

A iniciativa faz de Brasília a primeira cidade com cobertura 5G da Oi no país, com rede de 460 km² de extensão, que abrange 80% da capital. O serviço oferecido pela Oi alcança taxas de velocidade na transmissão de dados que podem chegar a 500Mbps. A partir de agora, clientes da Oi com qualquer plano de telefonia móvel que tiverem um aparelho compatível com 5G na frequência de 2.100 megahertz (MHz), na região, já vão perceber a diferença. No entanto, só há no mercado um aparelho disponível, o Motorola Edge.

Segundo Bernardo Winik, vice-presidente de Clientes da Oi, Brasília foi escolhida para o lançamento do projeto piloto porque a cidade já estava passando por um processo de modernização das redes da Oi. “Como o leilão do 5G ó acontece no ano que vem, dedicamos 10 megahertz da frequência 3G para a nova tecnologia. Isso não vai deixar o 3G descoberto, porque já está diminuindo bastante. Desde o 4G, os assinantes de 3G estão diminuindo, o que deixou a frequência ociosa. Fizemos uma realocação”, explicou.

Alcance
Como é uma faixa dedicada, Winik garantiu que a experiência para o usuário será diferenciada. “Nos nossos testes conseguimos velocidades de até 500 Mbps, com latência muito baixa. Além disso, não estamos lançando em um bairro, nossa cobertura é de 80% da cidade”, assegurou. A nova tecnologia da Oi está disponível no Plano Piloto, na Asa Sul, na Asa Norte, no Lago Sul, no Lago Norte, incluindo a praça dos Três Poderes e Esplanada dos Ministérios, além de outras regiões como os setores administrativos Cruzeiro, Sudoeste, Gama, Planaltina, Guará, Núcleo Bandeirante, Taguatinga, Recanto das Emas, Samambaia, Ceilândia, Sobradinho, São Sebastião, Riacho Fundo e Santa Maria.

A nova rede proporciona melhores experiências em aplicações de banda larga móvel, como serviços de streaming de alta resolução, jogos em tempo real, além de permitir acesso às redes sociais com upload de vídeos e fotos de maneira mais rápida. Os clientes da Oi de todos os planos de telefonia móvel terão acesso, sem necessidade de troca do atual chip 4G e sem custo adicional, desde que o aparelho seja compatível.

“Por enquanto, temos um só aparelho. Os primeiros são caros. Na medida que vão ganhando escala, os preços vão caindo. Por isso, inicialmente, ainda não temos uma expectativa de qual será a migração. O lançamento é na parte móvel, mas a Oi também está olhando o lado técnico da banda larga com 5G. Estamos avaliando alguns equipamentos. O custo ainda é alto, mas estamos cobrindo Brasília com o Oi Fibra e, com o lançamento, podemos usar essa tecnologia para avançar com a banda larga também”, explicou. “Brasília é estratégica para a gente, está sempre no radar, como São Paulo e Rio de Janeiro, além da renda per capita ser maior”, disse.

Homologação
Em recuperação judicial, a Oi fez um aditamento ao seu plano, que ontem foi homologado pelo juízo da 7ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro. Para Winik, a decisão foi natural. “Tivemos uma assembleia, os credores aprovaram por expressiva maioria. O juiz recebeu o resultado e fez a homologação. Agora, é dar sequência ao que a companhia se comprometeu. Estamos muito motivados para fazer a entrega de tudo que foi acertado”, ressaltou o vice-presidente da empresa.


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