Bolsa fecha em queda e dólar vai a R$ 5,64

Simone Kafruni
postado em 17/10/2020 00:54 / atualizado em 17/10/2020 00:55
 (crédito: Marcello Casal JrAgência Brasil)
(crédito: Marcello Casal JrAgência Brasil)

A Bolsa de Valores de São Paulo (B3) fechou ontem em queda e dólar, com alta de 0,32%, cotado a R$ 5,64 para venda. Na semana, o dólar acumulou valorização de 2,12%. O Ibovespa, principal índice de lucratividade da Bolsa paulista, recuou 0,75% na sexta-feira, para 98.309 pontos. A perda pontual, no entanto, não anulou os ganhos de duas semanas seguidas de alta. Em outubro, o Ibovespa registra valorização de 3,92%. No ano, porém, contabiliza queda, de 14,99%.

O movimento do pregão foi pressionado pela baixa dos papéis da Petrobras e de bancos. Juntas, a estatal e as instituições financeiras respondem por 23,39% da carteira teórica do Ibovespa. A petroleira seguiu a queda dos preços do petróleo. O barril do Brent caiu 0,83% a US$ 42,80, enquanto o barril do WTI recuou 0,51% a US$ 40,75. Assim, as ações ordinárias da Petrobras recuaram 2,48%, cotadas em R$ 19,30. As preferenciais caíram 2,13%, precificadas em R$ 19,33.

Para o economista da Messem Investimentos Gustavo Bertotti, o movimento do petróleo é reflexo das novas medidas restritivas anunciadas na Europa e nos Estados Unidos, por conta do aumento dos casos de covid-19. “Petróleo é balizador da retomada de mercados. O aumento dos casos tem preocupado os investidores, o que interrompeu o tom de recuperação que vinha na Bolsa brasileira”, disse.

O setor financeiro e o educacional também recuaram. “Algumas ações do setor de educação caíram bastante, cerca de 4%, também em decorrência desses novos casos de contaminação. Isso deve pesar na abertura do mercado na próxima segunda-feira”, afirmou. A expectativa em relação às eleições norte-americanas e o impasse sobre o pacote de estímulo econômico do governo dos Estados Unidos, por conta do quadro eleitoral, devem aumentar a volatilidade dos mercados na semana que vem, segundo Bertotti.

Câmbio
No mercado doméstico, a preocupação é com as contas públicas. “A relação dívida pública/PIB (Produto Interno Bruto) está crescendo muito, por isso a desvalorização da moeda ante o dólar. Embora haja perspectiva de injeção de US$ 1,3 bilhão de capital estrangeiro em outubro, o deficit é muito grande. Por isso, o dólar não perde força”, ressaltou.

O dólar comercial subiu 0,34% a R$ 5,642 na compra e a R$ 5,643 na venda acumulando valorização de 2% na semana. O dólar futuro com vencimento em novembro registrou alta de 0,71%, a R$ 5,656 no after-market, após o fechamento do mercado, o que indica a tendência da moeda.

Os juros também subiram forte. No mercado de juros futuros, o contrato DI para janeiro de 2022 subiu 13 pontos-base, para 3,42%; o DI para janeiro de 2023 avançou 16 pontos-base, a 4,81%; o DI para janeiro de 2025 teve alta de nove pontos-base, a 6,63%; e o DI para janeiro de 2027 fechou com variação positiva de seis pontos-base a 7,54%.


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