A Microsoft anunciou, ontem, o programa Mais Brasil, que pretende ajudar o governo brasileiro com oportunidades de emprego e qualificação. A gigante de tecnologia expandiu sua oferta de nuvem no país e estabeleceu uma aliança com o Ministério da Economia. O objetivo é auxiliar na empregabilidade de até 25 milhões de trabalhadores, por meio de uma atualização do Sistema Nacional de Emprego (Sine), e oferecer treinamento digital gratuito para 5,5 milhões de pessoas.
A plataforma de ensino remoto, desenvolvida pela Secretaria Especial de Produtividade, Emprego e Competitividade do Ministério da Economia (Sepec/ME) em parceria com a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) inclui 20 cursos da Microsoft, por meio da ferramenta Microsoft Community Training, com a capacidade de atender até 5,5 milhões de candidatos a emprego até 2023. Os cursos de tecnologia são de diferentes níveis, com base nas principais competências exigidas pelo mercado de trabalho, desde a alfabetização digital até módulos mais avançados de computação em nuvem, inteligência artificial e ciência de dados.
De acordo com o titular da Sepec, Carlos da Costa, a demanda por profissionais de tecnologia da informação é enorme por falta de qualificação. “Em Recife, existem 2 mil vagas abertas, sem encontrar pessoas com habilidades adequadas; por outro lado, temos milhões de desempregados”, disse, durante o evento digital de lançamento do programa.
“Um dos mais graves problemas do Brasil é a falta de capital humano. É caro contratar pessoas, primeiro por conta dos encargos sobre a mão de obra, que são altos. Mas também porque a qualificação é baixa quando comparada com a mediana da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico). Essa iniciativa é para evoluir o capital humano em competências digitais, que são inclusivas”, explicou o secretário.
A Microsoft também doou créditos de nuvem para auxiliar na melhoria do Sine. A atualização da solução foi liderada pela BizApp e irá usar Inteligência Artificial para conectar pessoas e suas habilidades a oportunidades de emprego relevantes, bem como encaminhar indivíduos para cursos de qualificação. A meta dessa solução é melhorar a empregabilidade para até 25 milhões de trabalhadores.
Costa explicou que a Microsoft foi escolhida para a parceria, porque estava disposta a fazer coisas essenciais e contribuir sem custos financeiros para a União. “Estamos em um momento sem recursos. Algumas empresas ofereceram soluções temporárias e depois com custo. Outro motivo foi a disponibilidade de customizar as soluções, porque o Brasil é muito específico, a necessidade de qualificação começa bem de baixo. O país tem deficiência de base, tem gente sem habilidade nenhuma, sem educação formal. O sistema tem de começar muito da base, não poderia ser muito técnico. Todas essas dimensões fizeram com que a Microsoft fosse a escolhida”, justificou.
De acordo com Tânia Cosentino, presidente da Microsoft Brasil, a companhia está comprometida com o crescimento sustentável do país. “A pandemia nos forçou a experimentar a tecnologia, ajudou a desmistificá-la e também a acelerar algumas regulamentações. Houve intensificação do uso de ferramentas digitais, educação a distância, telemedicina. Qualquer profissional autônomo que queira construir seu negócio com novas experiências digitais pode acelerar o crescimento, por isso precisamos reduzir a brecha de 30 mil profissionais por ano que formamos a menos do que o mercado necessita”, ressaltou.
* Estagiária sob a supervisão de Simone Kafruni
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