A capacidade instalada para produção de energia eólica no Brasil atingiu 17 gigawatts (GW) este ano. No entanto, sem leilão de contratação por conta de medidas excepcionais do Ministério de Minas e Energia, em função da pandemia de covid-19, as usinas do país comercializaram eletricidade apenas para o mercado livre. O mercado regulado, das distribuidoras, não fizeram contratações pela falta dos certames. As informações são da presidente executiva da Associação Brasileira da Energia Eólica (ABEEólica), Élbia Gannoum, durante a edição 2020 do Brazil WindPower, maior evento da América Latina de energia eólica, realizado esta semana de forma virtual.
“Não haverá leilão. A declaração das distribuidoras não foi animadora para este ano”, disse Élbia. No modelo do setor elétrico, as concessionárias de distribuição do mercado regulado declaram quanto vão precisar de energia e são realizados leilões para contratação. Porém, em 2020, muitas empresas ficaram sobrecontratadas, com energia demais, por conta da redução no consumo com a pandemia. O Ministério de Minas e Energia (MME) prevê a realização de apenas um leilão, o A-1, em 2020.
Por isso, a fonte eólica não teve muita expansão, apesar de aumentar sua capacidade instalada. Deve encerrar o ano, com algo entre 2 GW e 3 GW contratados, afirmou Élbia. O volume é o mesmo que o setor vem contratando nos últimos dois anos. Para 2021, a expectativa é de uma aceleração com a retomada de leilões de energia nova.
“Se tivermos um crescimento da economia de 2,5% poderemos ter leilão e esperamos alguma coisa entre 1 GW e 2 GW de contratação no mercado regulado (das distribuidoras), além dos 2 GW a 3 GW do mercado livre”, ressaltou a presidente da ABEEólica. “Por essas contas, podemos chegar a 4 GW, número superior ao da EPE (Empresa de Planejamento Energético)”, explicou.
Projetos offshore
O estado brasileiro do Ceará espera cerca de 5 GW de capacidade eólica offshore (quando os aerogeradores ficam em alto mar) para serem ativados nos próximos cinco anos. No evento, Élbia comentou que os primeiros projetos eólicos offshore poderão produzir energia em 2027. Para a ABEEólica, essa modalidade terá viabilidade econômica daqui a três ou quatro anos. No entanto, a presidente da entidade ressaltou que existem algumas barreiras a serem vencidas para isso: competitividade, regulação e mercado para essa energia.
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