Numa comparação com o primeiro semestre do ano passado, o governo federal teve que gastar 70% a mais para manter os insumos necessários para manter bens e serviços para os cidadãos. No total, foram gastos R$ 1,73 trilhão no primeiro semestre deste ano em virtude da pandemia da covid-19. Os números estão no Boletim Foco em Custos, divulgado nesta terça-feira (10/11), pelo Ministério da Economia.
O informativo mostra que a pasta da Saúde teve um aumento nos custos de funcionamento de 55% no primeiro semestre do ano: foi a R$ 12,7 bilhões.
Entre os gastos do governo também estão pagamentos de aposentadorias, transferências para estados e despesas com juros, que correspondem à maior parte do aumento. No primeiro semestre de 2019, o desembolso foi de R$ 894 bilhões e, na comparação com 2020, o crescimento foi de 79%.
De acordo com o Ministério da Economia, esse incremento se deu, principalmente, por conta do auxílio emergencial; das transferências de recursos para bancar a tarifa social da energia elétrica; e para o caixa dos estados e municípios fazerem frente às ações contra a pandemia.
Juros
O economista autônomo, Hugo Passos, explica que o governo está gastando mais do que recebendo. "A Dívida/PIB deve chegar em 96% em 2020 de acordo com o Banco Central, mostrando que o governo não consegue cobrir com os gastos e acabará sendo financiado pelos seus credores, aumentando os juros da dívida. O Brasil poderá ter um novo rebaixamento de rating pelas agências de risco, o que não seria bom." explica.
Para o especialista é importante ressaltar que o aumento dos gastos era esperado por conta da pandemia do coronavírus e se não fosse o auxílio por parte do governo, os números seriam mais desastrosos."Governo tem grande desafio fiscal pela frente, precisa acelerar as reformas administrativa e tributária o quanto antes, precisa mostrar mais visibilidade de quando as contas estarão controladas" acrescenta Hugo.
Já o custo de funcionamento do Poder Executivo federal caiu 6% no semestre, com destaque para as quedas de 42% em diárias e passagens; 41% nos gastos com copa e cozinha; 17% em telefonia; e 11% em água, esgoto, energia elétrica e gás.
Na opinião do economista, o governo poderia economizar mais privatizando ou aumentando concessões. "Fiscalizar o servidor público para que não ganhe acima do teto. O governo já está fazendo algumas coisas para controlar os gastos, como o atraso no envio das reformas, falta de articulação e aumento dos salários", afirma.
*Estagiários sob a supervisão de Fabio Grecchi e Andreia Castro
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