Conjuntura

Serviços apresentam alta de 1,8% em setembro

Crescimento mensal é o quarto consecutivo, mas não recupera o patamar pré-crise. No ano, setor acumula queda de 8,8%, conforme dados do IBGE divulgados nesta quinta-feira

Rosana Hessel
postado em 12/11/2020 10:45 / atualizado em 12/11/2020 11:01
Transportes tiveram o quinto resultado positivo seguido e acumularam ganho de 20,3%, entre maio e setembro -  (crédito: Arquivo Pessoal)
Transportes tiveram o quinto resultado positivo seguido e acumularam ganho de 20,3%, entre maio e setembro - (crédito: Arquivo Pessoal)

A Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) apontou avanço de 1,8% no mês de setembro, em relação a agosto, na série com ajuste sazonal. Foi a quarta alta seguida, acumulando 13,4% no período, sem reversão de perdas da pandemia do novo coronavírus, conforme dados divulgados nesta quinta-feira (12/11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

No ano, o resultado sucede uma sequência de quatro quedas consecutivas, quando a perda acumulada foi de 19,8%. Representa que o setor de serviços, que costuma ser o último a se recuperar numa crise econômica, ainda não conseguiu voltar ao patamar pré-covid-19.

Na comparação com setembro de 2019, o indicador encolheu 7,2%, registrando a sétima queda consecutiva. O acumulado de janeiro a setembro registrou redução de 8,8%, frente ao mesmo período do ano passado.

No acumulado em 12 meses até setembro, os serviços recuaram 6% “mantendo a trajetória descendente iniciada em janeiro de 2020 e chegando ao resultado negativo mais intenso da série deste indicador, iniciada em dezembro de 2012”, diz o levantamento.

Acima das estimativas

O resultado de setembro da PMS ficou levemente acima das estimativas do mercado, de alta de 1,6%, mas confirmou a expectativa de desaceleração, como ocorreu com a indústria e o comércio, diante da redução do estímulo fiscal do auxílio emergencial, que passou de R$ 600 para R$ 300 mensais no mês passado.

“O setor serviços continua avançando e, em setembro, registramos a quarta alta consecutiva. Contudo, tal qual os dados de varejo divulgados recentemente, vemos uma perda de dinamismo”, comentou o economista-chefe da Necton, André Perfeito. Segundo ele, de maneira geral, os dados do terceiro trimestre como um todo vieram “muito bons”. “No entanto, com os dados desacelerando na margem, teremos fatalmente um quarto trimestre de 2020 mais fraco, o que pode contrabalançar a atividade deste ano”, destacou.

De acordo com dados do IBGE, os demais avanços vieram dos serviços prestados às famílias (9,0%), de outros serviços (4,8%) e dos transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (1,1%). O primeiro setor registrou a segunda taxa positiva seguida e já acumula ganho de 71,0%, entre maio e setembro. Mas ainda precisa crescer 55,9% para retornar ao patamar de fevereiro, mês que antecedeu a pandemia. 

Os transportes tiveram o quinto resultado positivo seguido e acumularam ganho de 20,3%, entre maio e setembro – mas ainda precisam avançar 11,1% para atingir o nível de fevereiro. Segundo o IBGE, o único resultado negativo do mês ficou com os serviços profissionais, administrativos e complementares (-0,6%), que eliminaram pequena parte do ganho de 5,8% observado no período de junho a agosto.

 

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação