Ibovespa fecha em alta nesta segunda-feira (16/11) após notícias positivas sobre a vacina farmacêutica Moderna, que segundo dados divulgados pela companhia responsável tem mais de 94% de eficácia, porcentagem acima dos 90% da BioNTech e da profilaxia da Pfizer. Com isso o índice fechou em alta de 1,63% e alcançou 106.429 pontos, a primeira vez desde março que ultrapassa os 106 mil pontos.
Já o dólar caiu 0,69% e fechou a R$ 5,436 na compra e R$ 5,437 na venda. O desempenho da economia chinesa — aumento de 6,9% na sua produção industrial na base da comparação anual e avanço de 5% do Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro trimestre — contribuiu para o desempenho positivo da Bolsa. O resultado do 1° turno das eleições brasileiras também afetou o humor do mercado.
Cenário político
Segundo o assessor de investimentos da Messem Investimentos, Daniel Rezende, o cenário político é o principal vetor que tem conduzido a bolsa em sua volatilidade. “Os resultados positivos são algo que estamos esperando há muito tempo. E o ambiente político deste ano tem levado a bolsa para cima e para baixo, claro que isso foi maximizado pelo cenário da Covid-19”, avalia.
O especialista explica que com o resultado das eleições americanas, parte da incerteza do mercado internacional foi resolvida. “A bolsa subiu, mas principalmente no que se refere às ações daquelas empresas que estavam em queda devido ao novo coronavírus. Ou seja, a possibilidade de um fim da pandemia fez com que os investidores voltassem a olhar para as atividades que não podem ser feitas dentro da lógica 'fique em casa'. O que significa que as empresas que estavam indo muito bem, porque o isolamento social não as afetava, agora tiveram quedas, e as que foram afetadas devido ao isolamento apresentaram novamente certa segurança na avaliação dos investidores”, analisa Rezende.
O especialista ressalta que a definição do 1° turno das eleições brasileiras também contribui para análise positiva dos investidores. “Percebemos que o Centrão ganhou muita força, o PSOL levou certo protagonismo da esquerda que não era esperado, e os candidatos apoiados por Bolsonaro não apresentaram grandes resultados. No fim, é o Centrão que se destaca, o que significa que agora eles terão maior poder de barganha”, acredita Rezende.
O investidor pontua que o lado positivo é que o Ministro da Economia, Paulo Guedes, não perdeu forças com o Bolsonaro. “Isso é um aspecto bom, pois as negociações com o Centrão poderão ter um custo maior do que esperado para serem aprovadas no Congresso”.
Rezende diz que o mercado agora voltará sua atenção para o cenário das reformas fiscais, administrativas e de diminuição de impostos. “Antes das eleições, isso não foi feito porque nenhum candidato quer diminuir o dinheiro público para a população e perder votos. Mas isso fez com que o buraco fiscal continuasse crescendo, ou seja, agora os investidores ficarão atentos para a resolução das reformas e como isso será negociado por Paulo Guedes”, finaliza.
*Estagiário sob a supervisão de Carlos Alexandre de Souza
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