CPMF pode pegar o Pix

Correio Braziliense
postado em 21/11/2020 06:00

O secretário especial de Fazenda, Waldery Rodrigues, não descarta a possibilidade de o governo taxar as operações realizadas pelo Pix, plataforma de transações instantâneas por meios digitais, recém-lançada pelo Banco Central.

Waldery evitou falar sobre qual seria a destinação do recurso arrecadado com o novo tributo parecido com a CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeiras), uma fixação do ministro da Economia, Paulo Guedes, que cogitou uma alíquota de 0,10% a 0,15% nas operações do Pix.

“Esse é um assunto da Receita Federal. O secretário (José Barroso) Tostes (Neto) comenta quando for solicitado”, disse o chefe da Fazenda e braço-direito do ministro, ontem, ao ser questionado sobre o assunto durante apresentação de dados da execução orçamentária com revisão no tamanho do rombo fiscal deste ano.

Apesar de reconhecer que o novo imposto pode ser criado, Waldery reforçou o discurso de que o governo não pretende aumentar a carga tributária, mas não explicou como isso seria feito, e apenas disse que o Executivo espera “ganho de eficiência e com melhor alocação”. “Não aumentaremos a carga tributária e qualquer medida que implique em um tributo novo será compensada com redução na largada”, afirmou.

Eleições
Na quinta-feira, o ministro Paulo Guedes admitiu a possibilidade de o tributo sobre o Pix ter alíquotas entre 0,10% e 0,15%. “Não estamos falando porque as eleições estão chegando. As pessoas têm preocupação de o tema ser explorado nas eleições, de falarem 'ah, o ministro Paulo Guedes quer um imposto sobre transações financeiras, quer a CPMF...'", disse Guedes durante apresentação virtual a investidores do banco Bradesco.

No evento, Guedes também admitiu que o governo poderá vender parte das reservas internacionais, uma vez que, com a queda dos juros e a subida da taxa de câmbio, não seria preciso manter um grande volume de proteção. Waldery, contudo, minimizou a questão e afirmou que esse tipo de declaração sobre o volume de venda é da responsabilidade do Banco Central. Contudo, não descartou, também, a possibilidade de redução do volume do estoque, atualmente, em US$ 355,4 bilhões. “São itens que entram no nosso cardápio de ações”, afirmou. (RH)

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