Preços

Puxada pelos alimentos, prévia da inflação sobe 0,81% em novembro

Segundo o IBGE, o resultado é o maior para o mês desde 2015 e veio acima das expectativas de mercado, que projetavam uma alta de 0,72% do IPCA-15

Marina Barbosa
postado em 24/11/2020 10:04 / atualizado em 24/11/2020 10:06
 (crédito: Bárbara Cabral/Esp. CB/ DA press)
(crédito: Bárbara Cabral/Esp. CB/ DA press)

A prévia da inflação oficial brasileira marcou 0,81% no início deste mês de novembro, influenciada, sobretudo, pela alta dos alimentos e dos transportes. É o maior resultado para o mês desde 2015, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), divulgado nessa terça-feira (24/11) pelo IBGE, veio acima das expectativas de mercado, que projetavam uma prévia de inflação de 0,72%. E mostra que a inflação desacelerou menos do que o esperado após o pico registrado em outubro, quando o IPCA-15 disparou 0,94%.

Com isso, a inflação acumulada neste ano chegou a 3,13% pelo IPCA-15. No acumulado nos últimos 12 meses, o índice avançou de 3,52% para 4,22%. Isto é, um pouco acima da meta de inflação deste ano, que é de 4%. O acumulado também supera a projeção do mercado, que elevou para 3,45% a expectativa de inflação de 2020 no Boletim Focus desta semana.

Alta dos alimentos

Mais uma vez, a inflação foi pressionada, sobretudo, pela alta dos alimentos. Porém, o IPCA-15 também reforçou a percepção de que a carestia está cada vez mais dispersa. De acordo com o IBGE, todos os grupos de produtos e serviços pesquisados em novembro tiveram alta no IPCA-15.

Segundo o IBGE, os alimentos subiram 2,16% no início de novembro. É só um pouco menos que a prévia de inflação registrada em outubro: 2,24%. Por isso, a alimentação responde por quase metade do IPCA-15 do mês e já acumula uma alta de 12,12% no ano.

A alta dos alimentos foi puxada novamente pela alimentação no domicílio, por conta do aumento de produtos importantes para a mesa dos brasileiros, como carnes (4,89%), arroz (8,29%), batata-inglesa (33,37%), tomate (19,89%) e óleo de soja (14,85%). A alimentação fora do domicílio, contudo, também acelerou 0,87%, por conta da alta dos lanches (1,92%) e das refeições (0,49%).

O segundo maior peso da prévia da inflação veio do grupo dos transportes, que subiu 1% influenciado pelo aumento da gasolina (1,17%), do etanol (4,02%), das passagens aéreas (3,46%) e do automóvel novo (1,07%).

O IBGE também constatou uma alta relevante nos artigos de residência que subiram 1,4% por conta do aumento dos itens mobiliário (2,40%) e dos eletrodomésticos e equipamentos (2,23%). Ainda houve altas nos gastos com habitação (0,34%), vestuário (0,96%), despesas pessoais (0,14%), comunicação (0,06%), saúde e cuidados pessoais (0,04%) e educação (0,01%).

Todas as cidades pesquisadas pelo IBGE apresentaram alta na prévia da inflação. O maior índice foi o de Goiânia, 1,26%. E o menor, o de Recife, 0,31%. Brasília ficou abaixo da média nacional de 0,81%, com uma prévia de inflação de 0,67%.

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