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31,6 milhões de trabalhadores atuam na informalidade, diz IBGE

Após responder por cerca de 70% das 8,3 milhões de vagas fechadas no mercado de trabalho, na esteira da crise da covid-19, as ocupações informais registraram alta no terceiro trimestre

Agência Estado
postado em 27/11/2020 12:53
 (crédito: Ricardo Wolffenbuttel / SECOM)
(crédito: Ricardo Wolffenbuttel / SECOM)
Após responder por cerca de 70% das 8,3 milhões de vagas fechadas no mercado de trabalho na passagem do primeiro para o segundo trimestre, na esteira da crise da covid-19, as ocupações informais registraram alta no terceiro trimestre ante o segundo. No total, 31,638 milhões de brasileiros estavam em ocupações tidas como informais no terceiro trimestre, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada nesta sexta-feira, 27, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Na passagem do segundo para o terceiro trimestre, são 870 mil trabalhadores informais a mais ocupados, indicando que a flexibilização das medidas de isolamento social para conter a pandemia permitiu um movimento de volta à população ocupada desses informais.
No caso do trabalho informal, especialmente entre os trabalhadores por conta própria, como vendedores ambulantes, a saída da ocupação pode se dar quando o trabalhador fica em casa sem trabalhar - e não porque foi demitido ou dispensado. Com a reabertura das atividades, esses informais que deixaram de sair para trabalhar podem ter voltado a suas atividades.
Com o aumento das vagas informais, a taxa de informalidade ficou em 38,4% da população ocupada no terceiro trimestre, acima dos 36,9% do segundo trimestre, quando atingiu o menor nível da série histórica da Pnad Contínua. Na saída da recessão de 2014 a 2016, com a economia crescendo lentamente entre 2017 e 2019, foi o surgimento de vagas informais que puxou a ligeira melhora no mercado de trabalho.
Com isso, no terceiro trimestre do ano passado, a taxa de informalidade atingiu o nível máximo da série, com 41,4%. Naquela ocasião, eram 38,806 milhões de brasileiros em ocupações informais. Em um ano, são 7,168 milhões de informais a menos no mercado.
Na passagem do segundo para o terceiro trimestre, a ligeira alta foi puxada pelos trabalhadores sem carteira assinada no setor privado, com 374 mil vagas a mais, e pelos trabalhadores por conta própria, com 119 mil vagas a mais. Na comparação com o terceiro trimestre de 2019, ambas posições na ocupação apresentam tombos, com números absolutos, de 2,825 milhões e de 2,651 milhões de vagas, respectivamente.
Segundo a gerente da Pnad Contínua, Adriana Beringuy, o trabalho informal, que foi o primeiro e mais atingido pela pandemia, também é aquele que começa a reagir primeiro na retomada. A geração dessas vagas informais impediu que a queda na população ocupada no terceiro trimestre fosse ainda maior. "Não observamos recuperação do emprego com carteira", afirmou Adriana.
O contingente de trabalhadores com carteira assinada no setor privado ficou em 29,366 milhões no terceiro trimestre, menor nível da série histórica da Pnad Contínua. Na comparação com o segundo trimestre, esse contingente encolheu em 2,6%, sinalizando para o fechamento de 788 mil postos formais em um trimestre. Ante o terceiro trimestre de 2019, a queda foi de 11,2%, indicando o fechamento de 3,709 empregos formais em um ano.
As ocupações nos serviços domésticos também continuaram a trajetória de queda, uma tendência verificada desde o início da pandemia. No terceiro trimestre, eram 4,612 milhões nessas ocupações, queda de 2,2% ante o segundo trimestre e um tombo de 26,5% sobre o terceiro trimestre de 2019. Em um ano, são 1,664 milhão de vagas a menos nessa ocupação, em sua maioria marcada pela informalidade.
 

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