Com a crise gerada pela pandemia do novo coronavírus, brasilienses encaram orçamentos curtos e reajustam gastos. Dados do Instituto de Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados nesta sexta-feira (27/11), apontam que, no 3° trimestre de 2020, a taxa de desemprego no DF foi de 15,6%, acima da média nacional. A situação reflete nas compras de fim de ano. Brasilienses apontam orçamento apertado dizem preferir comprar à vista para evitar dívidas.
A professora aposentada Patricia Barros, 74 anos, prefere comprar à vista. "Vou comprar as coisas de acordo com meu orçamento, porém à vista. Pois eu não uso cartão de crédito", conta. Ela afirma que só assumiria prestações no cartão se coubessem no bolso. "Eu faria isso se as parcelas fossem de acordo com meu orçamento, pois sinto que, quando parcelamos, os juros do cartão levam ao descontrole", alerta Barros. A aposentada conta que a crise econômica do país está afetando as compras. "Está afetando na medida em que o poder aquisitivo ficou menor, e o comércio só aumentando os preços", conta a consumidora.
Papai Noel fugiu
Ângela Teodoro, 39 anos, assessora pessoal, diz não ver diferença dos preços normais em relação à Black Friday. Ela aposta mais nas promoções de fim de ano. "Hoje avaliando tudo, vejo que não há condições de ficar comprando presentes. Está tudo fora do meu orçamento", comenta. E brinca: "Este ano Papai Noel fugiu, porque ele é grupo de risco".
A assessora prefere comprar à vista. "Estou evitando fazer dívidas, pois não tenho ideia de quanto tempo vai durar a crise no Brasil com essa pandemia. Não quero fazer um compromisso com várias parcelas, sendo que o tempo que vivemos é incerto" afirma.
Norma da Paz, 65 anos, reclama do alto preço das mercadorias. Os juros e o valor das parcelas no cartão de crédito são os fatores que mais a preocupam. “Tudo está muito caro. Prefiro comprar à vista. Não vai dar para comprar presentes de Natal este ano. Ninguém aqui vai ganhar presente.”
Pesquisa comportamental
Uma pesquisa realizada pela Rakuten Advertising, com mais de oito mil pessoas em diferentes países, identificou os hábitos de consumo dos brasileiros. Realizado em junho e julho, o estudo ouviu cerca de mil pessoas no Brasil.
Por aqui, a pesquisa revelou que, durante a quarentena, serviços como refeições prontas, entretenimento digital e restaurantes com entrega delivery tiveram o maior crescimento.
O estudo aponta que 66% das pessoas estão gastando mais com refeições prontas e mantimentos básicos; houve um aumento de 65% na busca por entretenimento digital; e 58% de crescimento na procura por serviços de restaurantes com entrega delivery.
A pesquisa mostra também que a maioria dos brasileiros (86%) pretende comprar online durante o período de Natal e Black Friday. Metade dos entrevistados (50%) revelou estar mais inclinada a comprar se houver códigos de desconto ou cashback.
*Estagiárias sob supervisão de Carlos Alexandre de Souza
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