FUNCIONALISMO

Salário médio em estatais brasileiras ultrapassa R$ 31 mil

Levantamento divulgado pelo Ministério da Economia foi feito com 46 empresas controladas pelo poder público. Estudo mostra também que alguns cargos de diretoria chegam a receber R$ 2,7 milhões por ano

Os salários e a estabilidade nas empresas estatais brasileiras sempre foram objeto de desejo de boa parte dos brasileiros, que tentam ingressar em órgãos públicos por meio de concursos. Essa ambição pode ser ainda maior após a divulgação de um "raio-x" de 46 empresas públicas feito pelo Ministério da Economia. O estudo, intitulado Relatório Agregado das Empresas Estatais Federais mostra que a remuneração média nessas companhias é de R$ 31,2 mil.

Quando se fala nos cargos de diretoria, algumas empresas chegam a pagar R$ 2,7 milhões por ano. Isso revela um contraste quando se leva em consideração que a renda per capita dos brasileiros foi de R$ 1.439 em 2019, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Entre as empresas que constam no relatório, estão Eletrobras, Petrobras, Banco do Brasil, Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e Embrapa.

O levantamento mostra também que, em 2019, a União transferiu R$ 17,1 bilhões para socorrer 18 estatais dependentes do Tesouro. Isso sem citar os 448 mil empregados dessas companhias, que totalizam R$ 101 bilhões em despesas. Outros R$ 10 bilhões são apenas de benefícios de saúde para 1,67 milhão de pessoas — entre funcionários, dependentes e aposentados. Já os gastos com previdência complementar chegaram a R$ 8,1 bilhões.

O relatório tem periodicidade anual e possui dados consolidados de cada empresa. Entre as principais informações estão dados contábeis, patrimônio, despesas com pessoal, benefícios assistenciais e previdência privada (complementar). Os dados já estavam disponíveis ao público anteriormente, porém em bases de dados distintas.

Para o secretário especial de Desestatização, Desinvestimento e Mercados do Ministério da Economia, Diogo Mac Cord, a divulgação do material é necessária para tornar mais transparentes os dados relacionados a empresas públicas. “Esse material é um choque de transparência. Não havia nenhum relatório que consolidasse informações financeiras e de pessoal e que desse um panorama geral da realidade de cada estatal ”, avalia.

*Estagiário sob a supervisão de Fernando Jordão