Comércio exterior

Liberais, mas não trouxas, diz Guedes sobre abertura da economia

Ministro garantiu que o processo de buscar inserção do Brasil nas cadeias globais será conduzido de forma segura e gradual. "Não vamos, de repente, abrir a economia de uma vez só, de surpresa", afirmou

Liberal e defensor da abertura comercial do país, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que o movimento de inserção do Brasil no comércio global será gradual e seguro. “Somos liberais, mas não somos trouxas”, disse nesta segunda-feira (23/11), ao participar do evento O Brasil quer Mais, promovido pela International Chamber of Commerce Brasil (ICC, Câmara de Comércio Internacional). “Não vamos, de repente, abrir a economia de uma vez só, de surpresa”.

Com a pandemia, o governo ficou ainda mais cuidadoso nesse movimento, detalhou Guedes. “Há uma forte competição no mercado mundial, mas o Brasil ficou escondido na gruta do Mercosul”, lamentou.

“Avançamos com a União Europeia, estava parada há 20 anos, com o Mercosul, parado há oito anos. Conversamos com Canadá, Japão e Coreia do Sul. E colocamos um brasileiro na Presidência do Banco dos Brics (Marcos Troyjo). Estamos pensando de forma estratégica, mas a covid chegou e atrapalhou tudo”, disse.

O Brasil se manteve focado nas commodities, no agronegócio e está alimentando o mundo, de acordo com o ministro. “Vamos tentar um ritmo comercial com a Índia, da mesma forma que conseguimos com a China”, afirmou.

“Vamos buscar cooperação com cadeias globais. Nos próximos anos, a expectativa é exportar US$ 100 bilhões para a China. E vamos redescobrir o 'caminho das Índias'. Por isso, os olhos 'brilham' quando veem um acordo como o recentemente assinado pelos países da Ásia-Pacífico”, comentou.

Desmatamento

O atendimento à demanda por alimentos da China e da Índia pode ocorrer “sem derrubar árvores no Brasil, com aumento da produtividade”, segundo Guedes. “Há uma guerra envolvendo o meio ambiente e medidas protecionistas disfarçadas de práticas sanitárias. Temos que ter igual atenção às práticas tarifárias quanto às barreiras”, completou.

Ele acrescentou que o governo fará “o possível” para despertar a boa vontade no exterior e garantir que os parlamentos europeus ratifiquem o acordo Mercosul-União Europeia. “Nós entregamos o acordo, agora estamos esperando a decisão. Vamos mostrar que realmente estamos preocupados com o meio ambiente”, afirmou.

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