TRABALHO

Pedidos semanais por auxílio-desemprego aumentam nos EUA

Número de pedidos por auxílio-desemprego nos Estados Unidos é maior do que o esperado. Economia tem ritmo de retomada com expectativa sobre vacinas, mas piora da pandemia desestabiliza as apostas

De acordo com dados do Departamento do Trabalho dos Estados Unidos, os pedidos iniciais de auxílio-desemprego cresceram na semana encerrada no dia 21 deste mês. Cerca de 778 mil pessoas requisitaram o seguro. A segunda onda de covid-19 é evidente em diversos países e com ela vem a necessidade de tornar mais rígidas — novamente — as medidas de proteção e quarentena que, consequentemente, tendem a desacelerar o comércio.

Davi Lelis, sócio da Valor Investimento, explica que há dois tipos de auxílio-desemprego nos EUA. Um deles é o initial jobless claims (pedido de desemprego inicial, em português), que é para as pessoas que pedem o recurso pela primeira vez. O outro é o jobless claims (pedido de desemprego), para os indivíduos que já estavam desempregados e solicitam subsídio. Lelis conta que, com o aumento de casos do novo coronavírus, o comércio fica mais restrito e acabam ocorrendo demissões.

O aumento do desemprego pode influenciar também o ânimo dos investidores. “Como o número de casos tende a aumentar nas próximas semanas, os players de mercado, investidores, podem, sim, ficar receosos”, diz Lelis. “Os analistas de Wall Street esperavam o número de 730 mil e veio muito maior — 778 mil —, e isso causou um certo medo”, completa Davi. “Por mais que a economia dos EUA ainda esteja crescendo, isso afeta, sim, o mercado, as ações e a capacidade de gastar do americano”.

Expectativa das vacinas

Em contrapartida, há uma relação entre o otimismo sobre a chegada das vacinas e o movimento positivo das Bolsas ao redor do mundo. Nessa segunda feira (23), as Bolsas asiáticas fecharam em alta. Na de Seul, o índice Kospi teve salto de 1,92%. O destaque é para ações farmacêuticas, por parcerias com o governo local para conter o avanço da covid-19.

Na china, a bolsa de Xangai subiu para os 3.414.49 pontos, o que representa um aumento de 1,92%. Já a de Hong Kong fechou com 26.486,20 pontos. A Bolsa de Sydney avançou para 6.561,60 pontos — aumento de 0,34% —; e a de Wellington avançou 0,48% e marcou 12.501,74 pontos.

O economista chefe da Messem Investimentos, Gustavo Bertotti, explica que o mercado passa por um bom período. “Alguns fatores demonstram positividade para o mercado, como o cenário presidencial nos EUA, a autorização para fazer a transição de governo e a provável nomeação de Janet Yellen para secretaria do Tesouro americano, que tem um viés mais expansionista”, afirma Gustavo.

Bertotti ressalta que a terça (24) foi um dia muito positivo, com o crescimento de todas as Bolsas, e que esta quarta é um dia mais “ameno”. O economista explica que, ao mesmo tempo em que os estoques de petróleo registraram queda nos EUA — o que mostra retomada econômica —, os dados sobre o desemprego no país desanimam. “Temos um cenário de incerteza ainda. Temos euforia para as vacinas, mas cautela e incerteza relacionada ao crescimento de casos”, finaliza Gustavo.

Estagiária sob a supervisão de Andreia Castro

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