CB.AGRO

CNA defende que comércio não pode ter ideologia

Superintendente técnico da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, Bruno Lucchi, comenta sobre o tema

Edis Henrique Peres*
postado em 12/12/2020 07:00
 (crédito: Ana Rayssa/CB/D.A Press)
(crédito: Ana Rayssa/CB/D.A Press)

Nas exportações, é necessário ter pragmatismo; a ideologia passa longe. Quem deixa isso claro é Bruno Lucchi, superintendente técnico da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), ao comentar as relações comerciais do Brasil com a China, que vêm sofrendo arranhões com os ataques que personagens ligados ao presidente Jair Bolsonaro vêm fazendo. O mais recente mal-estar foi provocado pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) ao lembrar que o Brasil aderiu à iniciativa do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de lançar a chamada Clean Network para tentar vetar a entrada da empresa chinesa Huawei em outros mercados com serviços de tecnologia 5G.

“Em relações comerciais, não pode haver ideologia. O importante é a qualidade dos produtos, independentemente de onde vêm, seja Estados Unidos, China, ou qualquer outro país”, salientou Lucchi, em entrevista, ontem, ao CB.Agro, uma pareceria entre o Correio Braziliense e a TV Brasília.

Para Lucchi, o país passará pelo abalo nas relações com a China por causa da qualidade do produto que exporta. “Na hora de vender, conta se estamos entregando um produto de qualidade. Não temos parceiros preferidos”, explicou.

Lucchi deu números da importância do mercado chinês para o Brasil. “A China consome, hoje, 34% das importações do agro; a União Europeia, 16%; os EUA vêm logo em seguida, algo em torno de 9% a 6%. O fundamental é, realmente, não nos apegarmos a questões ideológicas”, reforçou.

Ele salientou, ainda, que o endividamento do governo e a falta de uma reforma tributária são motivos de preocupação. “O endividamento ficou muito alto. Para o ano que vem, se tem o receio de muitos cortes serem feitos e o setor, de certa forma, perder os benefícios de crédito rural, seguro rural e exoneração de cesta básica, por exemplo. Essa perda será maléfica não apenas para o setor, mas, também, para a população, pois isso representa um alimento mais caro”, alertou

*Estagiários sob a supervisão de Fabio Grecchi


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