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Bolsa cai para 114 mil pontos; dólar sobe e fecha cotado a R$ 5,20

Ações de siderúrgicas chinesas influenciaram queda do Ibovespa. Apesar do declínio, especialista avalia boa recuperação da bolsa brasileira e recomenda bom momento para investidores

Natália Bosco*
postado em 14/12/2020 19:43
 (crédito: Pixabay)
(crédito: Pixabay)

A Bolsa de Valores de São Paulo apresentou declínio na tarde desta segunda-feira (14/12). Às 13h24, o Ibovespa teve uma queda de 0,21% e marcou 114.886 pontos. Pela manhã do mesmo dia, a bolsa apresentava bom rendimento e chegou a atingir 115.740 pontos. 

A cotação do dólar, por sua vez, subiu para R$ 5,20. Na mínima do dia, a moeda norte-americana chegou a ser negociada a R$ 5,01, menor patamar intermediário desde 12 de junho.

A assessora de investimentos da Messem Investimentos, Gabriella Hoffman, apontou razões para a queda da bolsa. Citou a questão fiscal como o principal motivo para a disparidade entre dólar e real ao longo deste ano. Além disso, Hoffman chamou a atenção para a atuação de siderúrgicas chinesas, que pediram uma investigação sobre a alta nos preços do minério de ferro.

“A bolsa para baixo hoje foi reflexo de algumas notícias que nós tivemos. As siderúrgicas negociadas aqui no Ibovespa caíram bastante no começo da tarde, quando o Ibovespa chegou à mínima do dia. Algumas siderúrgicas chinesas pediram uma investigação sobre a alta nos preços do minério de ferro. Isso também impactou esses papéis que têm um peso relevante, digamos assim, nas negociações do Ibovespa. Isso puxa a bolsa para baixo no dia de hoje”, pontuou a especialista. 

Hoje, o Ibovespa foi pressionado pelas ações da Vale (VALE3), que caíram 1,8%, e de siderúrgicas após a queda de 3,21% nos contratos futuros de minério de ferro. Siderúrgicas chinesas pediram a reguladores que investiguem o salto de até 10% nos futuros de minério de ferro negociados na bolsa de Dalian na última sexta-feira (11/12).

Ano positivo

Apesar do desempenho desta segunda-feira, o Ibovespa tem marcado boa pontuação no período final de 2020. As perdas do ano foram zeradas, e o otimismo no mercado financeiro marcou o mês de novembro e as primeiras semanas de dezembro.

Gabriella Hoffman avaliou que, apesar da queda, a bolsa vinha tendo um bom desempenho. “A bolsa recuperou bem. Inclusive hoje, com a alta que começou o dia, ela já estaria voltando praticamente aos níveis de 2019. Então, a gente vê que mesmo o Ibovespa tendo caído tanto, várias ações sendo desvalorizadas tanto ao longo do ano. O mercado retornou e recuperou grande parte dos prejuízos que teve com toda aquela crise.”

Não só isso, o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB), cresceu 0,86% em outubro quando comparado a setembro.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2020 apresenta projeção de 4,21%, na semana passada, para 4,25% hoje. Para 2021, as expectativas são de avanço de 3,34%.

“Se janeiro de 2020 era um bom momento para investir (na bolsa), agora também é. Óbvio que tem um cenário de risco, ainda há muitas indefinições. Se o cenário fiscal estava delicado em janeiro, agora está mais ainda. Mas, em contrapartida, existem muitas possibilidades, e a bolsa ainda está com ativos muitos descontados. É possível investir ali e conseguir uma rentabilidade muito acima do que a taxa de juros paga hoje”, observou Gabriela Hoffman.

*Estagiária sob supervisão de Carlos Alexandre de Souza 

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