Contas Externas

Conta de transações correntes tem superavit de US$ 202 milhões em novembro

Resultado, que foi o sétimo registro mensal positivo, segundo o Banco Central, levou o deficit acumulado em 12 meses a cair para US$ 12,2 bilhões, ou 0,82% do PIB

Vera Batista
postado em 18/12/2020 16:11 / atualizado em 18/12/2020 16:14
 (crédito: RaphaelRibeiro/BCB)
(crédito: RaphaelRibeiro/BCB)

A conta de transações correntes que registra o valor das entradas e das saídas de bens e serviços do país) foi superavitária em US$ 202 milhões em novembro, resultado que levou o deficit acumulado em 12 meses para US$ 12,2 bilhões, ou 0,82% do Produto Interno Bruto (PIB), de acordo com dados divulgados pelo Banco Central.

Em 2019, no mesmo mês, foi registrado deficit de US$ 3,1 bilhões. Este foi o sétimo superávit em transações correntes nos últimos oito meses. A reversão das quedas nas transações correntes, segundo a autoridade monetária, foi consequência das reduções de US$ 2,8 bilhões em renda primária e de US$ 507 milhões em serviços.

O resultado das transações correntes, no entanto, veio abaixo do esperado pelos analistas de mercado.

“O superávit da balança comercial de bens manteve o nível do ocorrido em novembro de 2019. O deficit em transações correntes somou US$ 12,2 bilhões (0,82% do PIB) nos 12 meses encerrados em novembro, ante deficit de US$15,5 bilhões (1,02% do PIB) nos 12 meses até outubro”, informou o BC.

As exportações de bens totalizaram US$ 17,6 bilhões em novembro, o que representou recuo de 0,9% ante novembro de 2019. As importações de bens totalizaram US$ 14,7 bilhões, com declínio de 1,1%.

No acumulado do ano as exportações recuaram 7,2% e as importações, 13,9%. Com esses resultados, o superavit comercial atingiu US$ 44,3 bilhões de janeiro a novembro, superior ao superavit de US$ 35,4 bilhões observado no mesmo período de 2019.

O BC informou, ainda, que o deficit na conta de serviços manteve tendência de retração e totalizou US$ 1,8 bilhão no mês, recuo de 22,3% ante novembro de 2019, quando atingiu US$ 2,3 bilhões. A conta de viagens internacionais permanece sentindo os impactos da pandemia, com qued,  de 2019 para 2020, de 81,9% nas despesas líquidas, para US$144 milhões em novembro de 2020, ante US$ 792 milhões em novembro de 2019.

“Destaque-se também, na mesma base comparativa, a redução de 45,7% nas despesas líquidas de transportes, de US$ 466 milhões para US$ 253 milhões. A conta de aluguel de equipamentos apresentou despesas líquidas de US$ 743 milhões, nível semelhante ao de novembro de 2019”, reforçou o BC.

Em novembro de 2020, o deficit em renda primária recuou 73,4% em relação a novembro de 2019 e totalizou US$ 1 bilhão. As despesas líquidas de lucros e dividendos, de US$ 157 milhões, registrou recuo significativo em comparação com despesas líquidas de US$ 2,8 bilhões em novembro de 2019.

“Esse resultado decorreu da combinação de diminuição nas despesas em US$ 2,2 bilhões, para US$ 1,7 bilhão, e do aumento nas receitas em US$ 518 milhões, para US$ 1,5 bilhão”, apontou o BC.

As despesas líquidas com juros somaram US$ 881 milhões no mês, retração de 17% na comparação interanual, com recuo das receitas e das despesas. No acumulado do ano, o deficit em renda primária totalizou US$ 35,1 bilhões, 31,3% inferior aos US$ 51,2 bilhões registrados em período correspondente de 2019.

Investimentos

No mês, os ingressos líquidos em investimentos diretos no país (IDP) somaram US$ 1,5 bilhão, ante US$ 8,7 bilhões observados em novembro de 2019. Houve ingressos líquidos de US$ 1,3 bilhão em participação no capital e de US$ 200 milhões em operações entre as empresas.

Nesse caso, o montante foi superior às simulações dos analistas de mercado, que previam investimentos direto no pais de US$ 1,35 bilhão. Nos 12 meses encerrados em novembro, o IDP totalizou US$ 36,3 bilhões (2,44% do PIB), de US$ 43,5 bilhões (2,86% do PIB) no mês anterior.

 

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