FÉRIAS CANCELADAS

Guedes tem férias canceladas em meio à polêmica do 13º do Bolsa Família

O cancelamento das férias ocorre em meio às rusgas trocadas entre o presidente Jair Bolsonaro e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, por conta da polêmica do pagamento do 13º salário do Bolsa Família

Ingrid Soares
postado em 19/12/2020 12:32 / atualizado em 19/12/2020 14:59
 (crédito: Isac Nobrega)
(crédito: Isac Nobrega)

O ministro da Economia, Paulo Guedes, teve seu período de férias interrompido. A publicação versa na edição extra do Diário Oficial da União da noite de ontem (18/12). O início de gozo de férias ocorreria no final da semana e se estenderia até o dia 8 de janeiro.

"Interrupção das férias do Ministro de Estado da Economia, objeto do despacho publicado no Diário Oficial da União de 11 de dezembro de 2020, Seção 2, página 1, a partir de 19 de dezembro de 2020. Homologo. Em 18 de dezembro de 2020", diz o despacho do presidente Jair Bolsonaro.

De acordo com a pasta da Economia, Guedes não viajaria na próxima semana por conta da pandemia e resolveu continuar trabalhando.

O cancelamento das férias ocorre em meio às rusgas trocadas entre o presidente Jair Bolsonaro e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, por conta da polêmica do pagamento do 13º salário do Bolsa Família.


No último dia 17, Bolsonaro acusou Maia de ter segurado a votação da Medida Provisória que autorizava a a parcela extra do pagamento. Um dia depois, Maia se defendeu. Disse que a MP estava travada a pedido do próprio governo e que o presidente mentiu. Em retaliação ao mandatário, o emedebista também anunciou a votação de MP sobre o auxílio emergencial, que o governo não queria que fosse votada.

O parlamentar, no entanto, acabou recuando da decisão depois de o governo admitir publicamente que não queria a aprovação da matéria, porque não há recursos para fazer os pagamentos.

Maia frisou que será aliado do governo, “não do presidente, nas pautas que modernizam o Estado brasileiro, respeitando o limite de gastos”. Ele ainda destacou que “a população não merece pagar a conta da incompetência e da falta de coragem do governo” em fazer a reestruturação das despesas do Estado.

Ontem, ao apresentar o balanço anual do Ministério da Economia, Guedes admitiu que foi obrigado a recomendar o não pagamento do benefício para evitar que o governo incorresse em um crime de responsabilidade.

“Eu desejaria dar o 13º salário do Bolsa Família, mas é um descumprimento da lei. Eu desejaria desonerar a folha, mas não posso fazer isso, é um crime de responsabilidade fiscal”, alegou.

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