As projeções para a inflação no fim deste ano pioram a cada semana. O Boletim Focus, produzido pelo Banco Central com analistas do mercado financeiro, e divulgado toda segunda-feira, apontou que os entrevistados acreditam que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação, deve fechar 2020 em 4,39%. Na semana passada, esperava-se 4,35%; e, há quatro semanas, 3,45%.
Vale lembrar que o centro da meta para a inflação este ano é 4%, com margem de erro de 1,5%. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a inflação entre os meses de novembro de 2019 e novembro de 2020 foi de 4,31%. Apenas em novembro, o avanço foi de 0,89%.
Já para o ano de 2021, a projeção também piorou: 3,37% contra 3,34% da semana passada. No entanto, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC espera que a inflação diminua. A expectativa foi detalhada em comunicado após a última reunião do Comitê no ano, ocorrida nos dias 8 e 9 de dezembro. Isso deve ocorrer porque acredita-se que o choque inflacionário — que foi visto principalmente em alimentos com a alta do dólar e aumento nos valores praticados em commodities —, deve recuar já no início do ano que vem.
Conta de luz
Um dos principais motivos seria o esfriamento da movimentação econômica, diante do fim do auxílio emergencial e do alto índice de desemprego. Analistas ouvidos pelo Correio acreditam que o alto impacto da inflação no segundo semestre de 2020 se deu também pela retomada do sistema de bandeiras tarifárias na conta de luz em novembro.
Com a mudança, os brasileiros passaram a pagar a conta de luz com bandeira tarifária vermelha no patamar 2, o que significa uma taxa extra de R$ 6,243 a cada 100 kWh. A mudança aumentou a inflação em quase meio ponto percentual.
Para 2022, a projeção do Focus para o IPCA permanece inalterada há quatro semanas: 3,50%. O mesmo ocorre com a expectativa para 2023, que deverá ser, segundo os analistas, de 3,25%.
*Estagiário sob a supervisão de Andreia Castro
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