FIM DE ANO

Compras on-line marcam o Natal de pandemia do novo coronavírus

Levantamento da Associação Brasileira do Comércio Eletrônico (ABComm) mostra que os números de transações on-line deste ano bateram R$ 105 bilhões

Fernanda Strickland
Bruna Pauxis*
postado em 21/12/2020 18:48 / atualizado em 21/12/2020 18:49
 (crédito: Unsplash)
(crédito: Unsplash)

A pandemia mudou os hábitos de compra da população. Além do isolamento social, que trouxe a necessidade de fazer compras de forma on-line, a inflação e os altos níveis de desemprego foram decisivos na hora de o consumidor usar a carteira. Segundo dados divulgados nesta segunda-feira (21/12), pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), a Intenção de Consumo das Famílias (ICF) subiu 1,2% entre novembro e dezembro, para 72,1 pontos, mas ainda recua 25,1% em relação a dezembro de 2019.

Segundo a pesquisa, 55,7% dos entrevistados em dezembro afirmam que consumirão menos nos próximos meses. O número é menor do que o registrado em novembro, quando essa parcela de indivíduos representava 57,2%, porém bem mais alta do que em dezembro de 2019 (37,6%). Já o levantamento da Associação Brasileira do Comércio Eletrônico (ABComm) mostra que os números de transações on-line deste ano bateram R$ 105 bilhões, o que revela que, dos que fizeram compras este ano, boa parte optou pela internet.

É o caso da estudante, de 20 anos, Millena Gomes, que começou a trabalhar este ano e resolveu comprar presentes para a família toda, mas somente pela internet. “Eu sempre gostei de comprar on-line, pela comodidade e praticidade, além de ser mais barato. Este ano, para não ficar batendo perna, eu decidi comprar tudo on-line também”, afirma.

Segundo Millena, todos os presentes foram comprados nas duas primeiras semanas de dezembro, e a maioria deles já foi entregue à sua casa. A estudante ressalta, porém, que a comemoração deste ano é diferente. “Minha família sempre teve o costume de ir para a casa da minha avó, fazer o jantar com os parentes e comemorar entre a gente. Este ano, meus pais decidiram ficar em casa e fazer o Natal só entre nós”, diz.

Já a médica Simone Harada, 46 anos, moradora de Belém (PA) e mãe de quatro, conta que todo ano deixa os presentes para a última hora, e, no ano da pandemia, não foi diferente. “Não me organizei a tempo de os presentes chegarem pela internet e dois dos meus filhos ainda acreditam em Papai Noel, portanto, os itens não poderiam chegar depois”, relata.

Varejo

Varejistas também perceberam um aumento nas vendas de fim de ano, assim como nas vendas feitas de forma on-line. A empresária Karol Ferreira, dona da Graciosas Moda, loja de roupas femininas, reforça que os brasileiros deixam tudo para o último minuto. “As pessoas sempre deixam para em cima da hora, e nesse momento eu vejo muitas pessoas aglomerando em shoppings e feiras, usando máscaras, mas não deixando de ir fazer suas compras de Natal”, acredita.

A empresária conta que a procura on-line este ano também melhorou bastante. “Eu como empreendedora percebi que as pessoas gostaram desse novo jeito de comprar recebendo na comodidade da sua residência. Melhor ainda quando compram e ficam satisfeitos. Porém, tem pessoas que já tiveram decepções e preferem não comprar pela internet”, comenta.

Já para a empresária, Raquel Ribeiro, dona da loja Oclã, não é apenas no Natal, mas em diversas épocas do ano que as compras ficam para o último momento. "Acho que deve ser pelo fato de conseguirem ver tudo o que o comércio tem para oferecer antes de fechar a compra de suas peças e de seus presentes", acredita.

Raquel tem loja presencial e virtual. "Utilizamos o Instagram como meio de venda, através das postagens, mas as minhas 'ocletes' (como ela chama as freguesas) amam ir até a loja para poder experimentar e também pelo atendimento personalizado que realizamos", explica. Assim, a empresária explica que a procura no final do ano aumentou. "Mesmo com as vendas estando mais fracas que em outros anos, o que a pandemia explica, as vendas na última semana se mostraram aquecidas".

Raquel ressalta que as vendas virtuais também aumentaram significativamente neste ano de 2020.

*Estagiárias sob a supervisão de Andreia Castro

 

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