Mercado

Ibovespa sobe 1,27% e dólar cai com expectativa por estímulos nos EUA

Novo pacote deve ser anunciado às 21h (horário de Brasília). Mercado espera incentivos na casa dos US$ 2 trilhões

Israel Medeiros*
postado em 14/01/2021 20:19 / atualizado em 14/01/2021 20:19
 (crédito: Miguel Schincariol/AFP)
(crédito: Miguel Schincariol/AFP)

A quinta-feira (14/1) foi de otimismo no mercado financeiro diante das expectativas pelo anúncio de um pacote de estímulos econômicos nos Estados Unidos que pode chegar a US$ 2 trilhões. O índice Ibovespa, principal da bolsa de valores brasileira, fechou o pregão em alta de 1,27% aos 123.480 pontos. A expectativa por incentivos tem dado o tom nos mercados desde a vitória do democrata Joe Biden nas eleições presidenciais.

Isso porque, historicamente, o partido Democrata é conhecido por promover injeção de dólares na economia por meio de programas assistencialistas. Um exemplo desse posicionamento foi o pacote de US$ 900 bilhões aprovado pelo Congresso americano em 22 de dezembro após meses de negociação. De um lado, os democratas defendiam valores mais altos, e de outro, republicanos buscavam diminuir consideravelmente os gastos da União.

Apesar da expectativa pelo anúncio, nos EUA, o movimento no mercado foi de leve queda. O índice S&P 500, por exemplo, caiu 0,38%. Já o Dow Jones recuou 0,19%. Para Lucas Collazo, especialista da Rico Investimentos, o mercado financeiro ficou habituado a contar com estímulos fiscais durante a pandemia, especialmente dos norte-americanos. Ele também comentou as falas de Jerome Powell, presidente do Banco Central dos EUA, o Federal Reserve (Fed).

Ele afastou a possibilidade de aumentar juros a curto prazo e manteve uma postura favorável à continuidade dos estímulos econômicos. "É sim uma sinalização que o Fed irá continuar com uma estratégia mais estimulante, que segue em linha com o restante dos principais BCs do mundo. Porém, ela pode ser menos ousada, dado que existe um temor da volta da inflação da parte dos investidores, já que atingimos algumas máximas de expectativa de juros futuros no curto prazo nos Estados Unidos", pontua Collazo.

Já no cenário doméstico, a corrida pelas vacinas foi um dos principais assuntos do dia. Enquanto o governo de São Paulo pretende começar a imunizar a população no dia 25 de janeiro, o governo federal corre contra o tempo para tentar vacinar a partir do dia 20, segundo informações de prefeitos que se reuniram com o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello. O mercado financeiro vê com otimismo o início da vacinação. Mas investidores estão atentos a problemas que possam frustrar as expectativas.

Já no câmbio, o dólar voltou a ter queda expressiva. A moeda americana caiu 1,9% e encerrou o dia vendido a R$ 5,20. Na máxima do dia, chegou a valer R$ 5,30. Para Collazo, tem sido difícil explicar a movimentação do dólar. "A expectativa é que tenhamos um dólar estabilizado entre R$ 5 e R$ 5,20. A moeda deve se manter forte diante da nossa taxa básica de juros (Selic) baixa. Considerando o nosso diferencial de juros em relação a outras economias, não compensa para os investidores estrangeiros comprar títulos da dívida aqui", completa.

*Estagiário sob a supervisão de Vicente Nunes

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