Desaceleração

CNC reduz projeção para crescimento do comércio em 2021 após queda nas vendas

Segundo o IBGE, o volume de vendas em novembro do ano passado foi 0,1% menor do que em outubro. Confederação reduz estimativa de expansão do setor, de 4,2% para 3,9% neste ano

Simone Kafruni
postado em 15/01/2021 16:11 / atualizado em 15/01/2021 16:13
Para o economista da CNC, Fabio Bentes, recuperação do setor tende a ser mais lenta em 2021 -  (crédito: Arthur Menescal/Esp.CB/D.A. Press - 30/1/17)
Para o economista da CNC, Fabio Bentes, recuperação do setor tende a ser mais lenta em 2021 - (crédito: Arthur Menescal/Esp.CB/D.A. Press - 30/1/17)

A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNA) decidiu revisar para baixo a projeção de crescimento do setor neste ano, de 4,2% para 3,9%, após a divulgação dos dados da Pesquisa Mensa do Comércio (PMC) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta sexta-feira (15/1). O volume de vendas do varejo caiu 0,1% em novembro ante outubro. 

De acordo com a CNC, com a redução no valor do auxílio emergencial e alta no preço dos alimentos, em novembro, o volume de vendas do varejo interrompeu uma sequência de avanços mensais iniciados em maio de 2020. Por isso, a entidade revisou as suas projeções do setor para 2021, segundo o economista Fabio Bentes, de de 4,2% caiu para 3,9% de crescimento.

“Esse resultado interrompeu uma sequência de seis altas mensais consecutivas do indicador, iniciada em maio do ano passado, na qual as vendas acumularam crescimento de 39%, após o tombo de 18% entre fevereiro e abril de 2020”, avaliou. “O ramo especializado na venda de alimentos, o mais relevante do setor em termos de faturamento anual (supermercados), foi o principal responsável pela retração das vendas, com queda de 2,2% frente ao mês anterior”, disse.

À exceção do mês de outubro (com alta de 0,8%), o ramo de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo tem registrado retrações nas vendas desde o início do segundo semestre de 2020. “Esse processo coincide com a aceleração dos preços dos alimentos na segunda metade de 2020. Em novembro, por exemplo, de acordo com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação de produtos alimentícios para consumo doméstico, de 3,3%, foi a maior para um mês de novembro desde 2002 (6,7%).

Recuperação

Para Bentes, à desaceleração das vendas observada ao longo do terceiro trimestre de 2020 soma-se a redução de R$ 600 para R$ 300 no valor do auxílio emergencial a partir de setembro do ano passado. “O benefício cumpriu um papel relevante na surpreendente recuperação do varejo ao longo do ano. Segundo cálculos da CNC, não fosse a disponibilização desses recursos, a retomada das vendas ao nível pré-pandemia não teria ocorrido em julho do ano passado, mas, somente em dezembro de 2020”, pontuou.

Portanto, segundo Bentes, o fim do benefício no início de 2021, com o quadro ainda grave do mercado de trabalho e o aumento da inflação, sugerem que "a reação do setor tende a se tornar mais lenta no início de 2021”.

 

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