Combustíveis

Alta do dólar influencia no aumento do preço da gasolina brasileira

Petrobras se baseia no valor do barril de petróleo em dólar para fazer reajustes na gasolina nacional

Natália Bosco*
postado em 19/01/2021 18:05 / atualizado em 19/01/2021 18:06

O constante aumento na gasolina vem assustando consumidores brasileiros. Na última segunda-feira (18/1), a Petrobras anunciou um aumento de aproximadamente 8,2% no valor do combustível. De acordo com o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e de Lubrificantes do Distrito Federal (Sindicombustíveis-DF), Paulo Tavares, esse é o quinto aumento consecutivo apresentado pela Petrobras desde 1° de novembro do ano passado.

Paulo explica que o preço na refinaria subiu, assim como o valor do etanol, biocombustível que compõe a gasolina. “Você tem dois elementos que compõem a proporção do combustível na bomba subindo, o que deu aproximadamente 45 centavos de reajuste na gasolina. Isso na refinaria, que é repassado para a distribuidora e a distribuidora acrescenta os aditivos”, pontua.

O presidente do Sindicombustíveis-DF também esclarece que, desde 1° de novembro, o preço médio não variou muito, o que fez com que a revenda da gasolina absorvesse aos poucos os aumentos da refinaria. “Só que, agora, ficou um pouco insustentável, porque o preço de compra está praticamente o preço que estão praticando aí em promoções. O quadro se deve a essa defasagem de quase R$ 0,50, e os postos estavam praticando o preço médio muito parecido, de R$ 4,63. Além disso, houve o aumento da Petrobras que gerou o aumento de 14 centavos no litro da gasolina”.

Paulo afirma que o novo aumento afeta fortemente a taxa de lucro das distribuidoras e pontua que a Petrobras repassa exatamente o custo do aumento do barril do petróleo e do dólar. “O Brasil adotou essa prática: aumenta lá fora, aumenta aqui”. E diz que o brasileiro deve estar preparado para possíveis novos aumentos no valor do combustível.

Peso no bolso

O médico Joel Assad, 61 anos, relata que está sentindo o aumento do preço do combustível pesar no bolso. Ele conta que usa o carro todos os dias para ir ao trabalho e roda cerca de 80 km por dia. “No meu caso, é muito difícil (deixar o carro em casa). Ou uso o carro para trabalhar e chegar na hora certa ao trabalho, ou me sujeito ao transporte público, o que me impossibilitaria de estar nos lugares onde tenho que estar”. O médico afirma que o jeito é buscar outras maneiras de economizar com a gasolina, como usar aplicativos que geram descontos na compra do combustível.

A estudante Isadora Gomes, 20 anos, conta que o aumento da gasolina a fez cortar gastos em outros setores. “Eu conseguia encher o tanque por menos de R$ 200. Agora, preciso colocar mais do que isso para meu carro conseguir fazer o mês inteiro. Querendo ou não, afetou o meu orçamento. Eu deixava um dinheiro reservado para a gasolina, e tive que aumentar esse valor e economizar com outras coisas, como meu lazer e para comprar as coisas dentro de casa.”

*Estagiária sob a supervisão de Andreia Castro

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