Mercado

Bolsa sofre quinta queda consecutiva e volta aos 116 mil pontos

Ibovespa chegou a bater 119 pontos ao longo desta terça-feira, mas fechou com 116.664 com volume financeiro negociado a R$ 35,15 bilhões. Dólar comercial também caiu 3.3%

Natália Bosco*
Carinne Souza*
postado em 26/01/2021 20:28
 (crédito: Nelson Almeida/AFP)
(crédito: Nelson Almeida/AFP)

A reabertura do Ibovespa, nesta terça-feira (26/01), depois de um feriado prolongado em São Paulo, mostrou volatilidade. O indicador operou com altas e baixas durante o dia e chegou a bater 119 pontos, mas fechou a terça-feira com 116.664, uma queda de 0.78%, a quinta consecutiva. O dia também teve queda no dólar comercial que 3,3% e tem seu preço de venda a R$ 5,3269 e de compra a R$ 3,3259.

O mercado financeiro nacional sentiu ontem o impacto acumulado desde segunda-feira. Os ativos brasileiros negociados em Nova York sofreram grande queda. A renúncia de Wilson Ferreira Júnior da presidência da Eletrobras preocupou investidores, atentos aos rumos do programa de privatização do governo federal. Por outro lado, assim que Júnior anunciou que assumiria a gestão da BR Distribuidora, a empresa teve um aumento de 16% na venda dos seus papéis.

Para a economista-chefe da Reag Investimentos Simone Pasianotto, Wilson Junior manteve a situação em 'elas por elas' e agrega a volatilidade do mercado à situação política e econômica no país. "Basicamente, a preocupação do investidor está em torno da situação fiscal do país. Preocupado com a chance de extensão do auxílio e como isso pode impactar na crise fiscal, como fazer esse pagamento acontecer dentro do teto. Há uma série de incertezas que preocupam os investidores", ressalta.

Teto de gastos

Pasianotto explica, ainda, que as altas alcançadas ao longo do dia ocorreram graças às declarações do ministro da Economia, Paulo Guedes, e do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). O debate sobre a possibilidade de extensão do auxílio emergencial para 2021 é um fator de estresse no mercado. Além disso, especialistas avaliam que as reformas administrativa e tributária são necessárias para a recuperação do cenário econômico brasileiro em 2021. Nesta terça-feira, Bolsonaro reiterou o compromisso com o teto de gastos e disse que seu governo vai priorizar a aprovação das reformas no Congresso.

O economista da BlueMetrix Ativos Renan Silva afirma que o mercado entende não haver espaço para a extensão do auxílio emergencial. Ele menciona também a importância das reformas para melhorar o cenário econômico. “As reformas podem trazer um alento, uma descompressão dessa dívida para que você depois possa fazer correções dessa natureza, correções no âmbito de planos para pessoas de baixa renda ou até utilizando os canais que já existem, como o Bolsa Família”, finaliza.

Já o ministro Paulo Guedes alegou que vê esperança de um crescimento de 3,5% no Produto Interno Bruto (PIB) do país. Guedes também disse sobre os estímulos da iniciativa privada para apoiar a vacinação no país. O governo federal tem negociado com a Índia e com a China o envio de insumos para a produção contra a covid-19 em solo nacional, aval positivo das empresas estrangeiras podem mudar o cenário investidor do país. Apesar disso, a semana ainda pode ser de volatilidade.

O analista de investimentos Daniel Medeiros diz que, de maneira geral e em cenário macro Brasil, há uma expectativa de que o investidor aplique dólares no país, mas lembra que não será uma exclusividade brasileira. “Qualquer medida a mais que venha a estressar os mercados no Brasil, pode fazer esse dólar sair daqui. Nesse sentido, o auxílio emergencial pode ser um contrapeso para a entrada de dólar e um fortalecimento da nossa bolsa, por exemplo”, pontua. Medeiros afirma que tanto a reforma tributária, quanto a reforma administrativa são os pontos chaves para aumentar a confiança na economia brasileira.

*Estagiárias sob a supervisão de Carlos Alexandre de Souza 

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