Davos

Sem setor privado, será difícil preservar região Amazônica, diz Mourão

A fala do representante brasileiro ocorreu durante o painel "Financiando a transição da Amazônia para uma bioeconomia sustentável", organizado pela versão online do Fórum Econômico Mundial

Agência Estado
postado em 27/01/2021 13:07
 (crédito: AFP / EVARISTO SA)
(crédito: AFP / EVARISTO SA)
O vice-presidente do Brasil, Hamilton Mourão, disse nesta quarta-feira, 27, ser inevitável a participação do setor privado para que o País consiga proteger a Amazônia e fazer prosperar economicamente a região. "Está claro para nós que, sem parceiros públicos e privados, não seremos capazes de atingir nossa meta principal de preservar a região", afirmou.
A fala do representante brasileiro ocorreu durante o painel "Financiando a transição da Amazônia para uma bioeconomia sustentável", organizado pela versão online do Fórum Econômico Mundial (WEF, na sigla em inglês), chamada de Fórum Digital de Davos. Por causa da pandemia, a organização decidiu fazer o evento, que tradicionalmente reúne todos os anos a elite econômica e política do mundo nos Alpes suíços, de forma virtual. Há previsão de que uma edição presencial do evento ocorra em maio, em Cingapura.
O debate, que ocorre neste momento, tem como premissa a avaliação de que a Amazônia tem potencial para se tornar a bioeconomia mais importante do mundo, gerando empregos e inovação enquanto restaura e conserva ecossistemas.
Para Mourão, 2020 foi o ano mais desafiador da história recente - segundo o vice, não apenas por causa da pandemia, mas também por questões ligadas à sustentabilidade. "O Brasil não parou de trabalhar contra a depredação da Amazônia", garantiu. "O governo tem mostrado o empenho com a agenda sustentável para o mundo", acrescentou.
Agro e transformação digital
A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, afirmou que a transformação digital tem ocorrido muito rapidamente no Brasil e que o setor de agronegócios precisa estar inserido neste contexto de mudança. O País tem, segundo ela, um dos "mais vibrantes" ambientes de negócios, com mais de 2 mil agritechs - startups do agronegócio. O Brasil, afirmou a ministra, tem ampliado os investimentos nesta frente ao longo dos últimos anos.
"Os investimentos passaram de US$ 4 milhões em 2013 para mais de R$ 200 milhões em 2019. Temos mais de 2 mil agritechs trabalhando em diversas áreas, como rastreabilidade, e diversas tecnologias para entregar produtos mais sustentáveis e seguros", disse a ministra da Agricultura, durante a edição virtual do Fórum Econômico Mundial de Davos.
De acordo com ela, a atuação do agronegócio brasileiro está debruçada em diretrizes claras, com cinco eixos: sustentabilidade, inovação aberta, biotecnologia, agregação de valor e agricultura digital.
Tereza Cristina participa nesta quarta-feira de painel virtual sobre a transformação de sistemas alimentares por meio da tecnologia e inovação, no âmbito do Fórum Econômico Mundial de Davos. Ela dividiu a arena digital com representantes de organizações internacionais ligadas à alimentação, dos governos da Índia e África do Sul e ainda de empresas privadas.
Tereza Cristina disse que a próxima década será marcada por "convergência digital e biológica", principalmente, na agropecuária. "Inovação é imprescindível para adequar a agropecuária à realidade global e é o único vetor capaz de conciliar segurança alimentar e preservação ambiental", disse a ministra.
Tereza Cristina também aproveitou a plateia digital e com participação global para evidenciar a importância da integração dos pequenos produtores no setor de agronegócios. Segundo ela, esse é o passaporte para manter o jovem no campo e impedir que a população fique tão envelhecida no meio rural. Destacou, ainda, a importância de ajudar as mulheres que trabalham no campo.
 

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