ROMBO

Governo Central tem deficit de R$ 743,08 bi em 2020, o maior da série histórica

Com deficit primário de R$ 44,1 bilhões em dezembro do ano passado, o acumulado registrou deficit 666,5% maior do que 2019, por conta dos gastos para o combate à pandemia do novo coronavírus

Simone Kafruni
postado em 28/01/2021 15:29 / atualizado em 28/01/2021 16:41
O governo central apresentou apresentou deficit primário de R$ 44,1 bilhões em dezembro de
2020, frente a um deficit primário de R$ 14,6 bilhões observado no mesmo mês do ano anterior
(em termos nominais). Com isso, no acumulado do ano passado, o rombo foi de R$ 743,08 bilhões em 2020 ante deficit de R$ 95,06 bilhões em 2019, uma alta de 681,7% em termos de nominal ou de 666,5% em termos reais, descontada a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

Segundo o Ministério da Economia, o resultado foi melhor que a mediana das expectativas da pesquisa Prisma Fiscal da pasta, que indicava um deficit de R$ 59,5 bilhões em dezembro. “Assim como nos meses anteriores, o deficit observado em dezembro é influenciado pelo aumento das despesas do Poder Executivo decorrentes de medidas de combate à crise da covid-19”, justificou a pasta.

A receita líquida de dezembro de 2020 diminuiu 34,5% em termos reais quando comparada ao mesmo mês de 2019, influenciada majoritariamente pela redução real de 85,6% nas receitas não administradas. Esse decréscimo na receita líquida é resultado, basicamente, de eventos não recorrentes de 2019, sem correspondência em 2020, como o recebimento de recursos relativos ao leilão da cessão onerosa de petróleo, cujo efeito líquido de transferências por repartição de receita foi de R$ 58,2 bilhões em dezembro de 2019, somado ao ingresso de de R$ 8,9 bilhões da 16ª rodada de concessões de campos de petróleo e de R$ 5 bilhões da 6ª rodada de partilha do petróleo do pré-sal naquele mês de 2019.

“Em dezembro de 2020, o Tesouro Nacional e o Banco Central foram deficitários em R$ 48,7 bilhões e a Previdência Social (RGPS) apresentou superavit de R$ 4,6 bilhões. Em relação a dezembro de 2019, o resultado primário do último mês neste ano foi influenciado pelo fato da queda real da despesa (18,7%) ter sido inferior à redução real da receita líquida (34,5%)”, informou o relatório do Ministério da Economia.

A redução da receita líquida no mês pode ser decomposta entre o crescimento das receitas administradas (R$ 4,2 bilhões), da arrecadação líquida para o RGPS (R$ 0,2 bilhão) e pelo decréscimo nas transferências por repartição de receitas (R$ 13,3 bilhões), compensada principalmente pela queda das receitas não administradas (R$ 87,0 bilhões). “Como dito anteriormente, eventos não recorrentes ocorridos em dezembro de 2019 influenciam na comparação com o mesmo mês de 2020”.

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