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Com aumento do e-commerce, informalidade migra para os meios digitais

Grandes varejistas do país estudam maneiras para combater a informalidade e a sonegação de impostos em meio ao aumento nas vendas on-line provocado pela pandemia da covid-19

Fernanda Strickland
postado em 10/02/2021 17:04
 (crédito: AFP / PEDRO PARDO)
(crédito: AFP / PEDRO PARDO)

O Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV), entidade que reúne cerca de 70 grandes varejistas do país, está estudando uma maneira para combater a informalidade e a sonegação de impostos em meio ao aumento nas vendas on-line provocado pela pandemia da covid-19.

Nos meses de pico da restrição social, como abril e junho, mais de 5,7 milhões de clientes fizeram a sua primeira aquisição pela internet, segundo dados da Neotrust. Levantamento da Mastercard Brasil mostra ainda que 46% dos brasileiros aumentaram o volume de compras on-line durante a pandemia e 7% realizaram uma compra digital pela primeira vez.

Com a intensificação do e-commerce, dizem representantes do varejo, a informalidade migrou para os meios digitais. “No começo eram camelôs em frente às lojas. Agora, são grandes camelódromos digitais que tiram proveito do nosso sistema tributário arcaico”, diz Flávio Rocha, da lojas Riachuelo e conselheiro do IDV.

O economista autônomo Hugo Passos explica que o ano de 2020 foi de grandes mudanças por parte dos empresários e consumidores, que precisaram remodelar suas estratégias e até mesmo seus hábitos de consumo, em meio à quarentena e às restrições da covid-19. “Pensando pelo lado do comércio, o consumidor tinha ou ainda tem o hábito de comprar em lojas físicas. No entanto, com a quarentena, ele teve que se readaptar à nova realidade, através das compras on-line”, explica.

De acordo com os dados do índice MCC-ENET, desenvolvido pelo Comitê de Métricas da Câmara Brasileira da Economia Digital (camara-e.net) em parceria com o Neo Trust/Movimento Compre & Confie, as vendas do e-commerce cresceram 73,88% em 2020. Isso mostra o efeito covid-19, que deve se manter nos próximos anos.

O economista observa, todo esse novo costume, como ponto positivo. “Não pelo atual momento da pandemia, mas sim o que isso proporcionou e seus benefícios no médio e longo prazo, como por exemplo: redução de custo do empresário, crescimento tecnológico, comodidade e maior alcance para os consumidores, entre outros”, ressalta.

*Estagiária sob a supervisão de Andreia Castro

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