REESTRUTURAÇÃO DO BB

Banco do Brasil vai diminuir rede de agências no exterior

Para reduzir custos, instituição financeira pretende concentrar a atuação internacional em países relevantes para o comércio exterior e com maior presença de brasileiros

Marina Barbosa
postado em 12/02/2021 11:52 / atualizado em 12/02/2021 11:53

Além de manter o plano de reestruturação que prevê o fechamento de 361 unidades de atendimento no país, o Banco do Brasil (BB) vai rever a rede de agências mantida no exterior. A ideia é otimizar a atuação internacional do banco, concentrando o atendimento nos locais que trazem mais retorno.

O processo de fechamento de agências no exterior começou a engatinhar no fim do ano passado, como mostrou o Correio. E deve acelerar nos próximos meses, segundo indicou nesta sexta-feira (12/2) o presidente do BB, André Brandão. Ao apresentar os resultados do banco em 2020, Brandão argumentou que as agências internacionais custam muito para o BB e, por isso, estão na mira do plano de eficiência que quer reduzir 10% das despesas administrativas da instituição.

"Nós temos uma atuação tradicional no exterior, mas discutimos internamente que está na hora de rever", disse Brandão. Ele argumentou que a ideia é focar esse atendimento externo nas empresas brasileiras que atuam no comércio exterior e nos brasileiros, pessoas físicas, que moram em outros países. Por isso, disse que é possível fazer isso de forma mais centralizada, isto é, com uma rede de atendimento mais enxuta.

Brandão argumentou que as agências mantidas no exterior custam muito para o BB, podendo chegar a R$ 780 milhões por ano — a mesma economia que o banco pretende obter com o plano de desligamento voluntário que teve a adesão de 5,5 mil funcionários neste ano. E disse que essas agências ainda têm um risco regulatório e operacional muito alto, que demanda esforços de regulação que poderiam ser melhor empregados na atuação doméstica.

Por isso, o executivo informou que o BB está buscando uma forma de manter a atuação no exterior, mas "de forma mais centralizada e com uma estrutura mais enxuta". "Vai passar por otimizar e centralizar em alguns blocos", afirmou. "Estamos estudando como fazer, mas, provavelmente, vai centralizar um pouco mais e modernizar e usar a centralização para o ganho de investimento e melhoria da experiência do cliente", comentou o executivo.

Segundo Brandão, o foco desse enxugamento externo ainda está sendo estudado. Ele garantiu, no entanto, que o BB vai manter a atuação em locais relevantes para o comércio exterior e em países com grande concentração de brasileiros. O banco também pretende manter um centro de liquidez e pontos importantes na captação de recursos em moedas estrangeiras. No alvo desse programa, portanto, não devem estar as agências mantidas pelo BB nos Estados Unidos e no Japão. O executivo disse que pretende trazer mais informações sobre o assunto nas próxima divulgação de resultados do banco.

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação