Quem mora de aluguel está preocupado — e tem motivos para isso. O Índice Geral de Preços — Mercado (IGP-M), usado no reajuste anual de boa parte dos contratos de locação, subiu 28,94% nos últimos 12 meses, segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV), responsável pelo cálculo.
Para especialistas do mercado imobiliário, um aumento desse tamanho é pesado demais para os inquilinos, ainda mais neste momento de crise e perda de renda. Mas os proprietários também podem se prejudicar no caso de rescisão do contrato, pois ficarão sem o rendimento. Por isso, o conselho é que as partes negociem um acordo.
“No Brasil, o custo de moradia já beira 30% (da renda). O que deve existir é sempre um encontro de interesses, os inquilinos conversarem com os proprietários e, dentro da realidade, ver o que é passível de mudança”, disse o CEO da Sindona Incorporadora, Bruno Sindona.
Ele observa que a alta do IGP-M decorre de fatores como a escassez de produtos durante a pandemia. “Na construção civil, por exemplo, o ferro subiu quatro vezes o valor, porque as empresas pararam de produzir, os estoques foram acabando, as pessoas precisavam tocar as obras e assim, os preços disparam”, afirma. Outro fator que também influenciou foi a alta do dólar e de itens que são afetados pela moeda, como a gasolina. “Somado a isso, há muita pressão de demanda, pois muita gente precisou mudar de casa, de espaços maiores, o que auxiliou o aumento nos aluguéis.”
Dário Ferraço, sócio da SF Consultoria Imobiliária, também recomenda a negociação de um reajuste mais em conta. “Se um inquilino é bom e mantém os pagamentos em dia, é interessante para o proprietário que ele permaneça no imóvel”, explicou.
O professor, Matheus Nascimento, 23 anos, mora com a esposa e a filha em Santa Maria e, em três anos no mesmo apartamento, não sofreu nenhum aumento, ao contrário de outros moradores do condomínio. “Negociei com a proprietária do imóvel, pois não teria condições de arcar com o aumento total do aluguel”, disse.
* Estagiária sob supervisão de Odail Figueiredo
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