O resultado do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil impactou, também, o mercado de ações. O Ibovespa, principal indicador da bolsa em São Paulo, começou a quarta-feira (03/03) em queda e perdeu força ao longo dia, chegando a bater 107.465 pontos na baixa do dia. Apesar de recuperar o fôlego no fim da tarde e alcançar a alta com 112.398 pontos por volta das 17h, o indicador fechou com queda de 0,32% aos 111.183 pontos.
O mercado reagiu melhor após o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), descartar a retirada do Programa Bolsa Família do cálculo do Teto de Gastos em 2021. O início da votação da PEC Emergencial também resultou em variação positiva na bolsa. Por volta das 16h35, o IBOV marcava 107.741 pontos, às 16h50, o índice marcava 111.775 pontos. Antes do fechamento, a bolsa voltou a cair.
O head de produtos da Speed Invest, Caio Henrique Soares Rodrigues, comentou que o dia no mercado financeiro foi extremamente volátil. “Principalmente com essa notícia de lockdown, os casos de covid, adequação da fase vermelha do estado de São Paulo, que começou a impactar varejo, turismo, setor aéreo. O mercado teme o possível risco de intervenção nas estatais, com essa história da Petrobras que o Bolsonaro interveio sem intervir. A alteração das contas públicas é o maior medo dos investidores”, alertou o economista. Caio afirmou que não é possível fazer projeções sobre como o mercado irá agir esse mês, uma vez que a volatilidade está alta e o cenário político instável.
Para Heloïse Sanchez, da Equipe de Análise da Terra Investimentos, os debates que dependem de decisões do governo federal e os passos a serem tomados ao longo do ano, podem ser os responsáveis pela volatilidade vista no mercado. "Embora o PIB brasileiro tenha crescido 3,2% no quarto trimestre, o cenário para 2021 ainda é incerto. Parte deste crescimento foi devido ao auxílio emergencial, que para 2021, segue em votação. Embora o número de parcelas seja menor que de 2020, assim como o valor; atualmente o que tem preocupado os investidores é a questão do teto de gastos, que embora tenha sido declarado por Lira que não há riscos, ainda trás certo receio aos investidores", explicou.
Outros fatores ressaltados pela especialista foram as reformas fiscais e o andamento da vacinação para a população brasileira que, no momento, ainda segue a passos lentos. O que ainda se soma a uma piora da pandemia no país e recordes consecutivos de mortes e casos confirmados.
O mês passado foi marcado por alta volatilidade no mercado financeiro devido a mudança na gestão da Petrobras e o receio dos investidores em uma possível alteração na política de preços da estatal.
Exterior
O cenário fora do Brasil também impactou a ação do IBOV. Após a publicação do Relatório ADP, que mostrou a criação de 117 mil empregos no setor privado estadunidense, em fevereiro, as bolsas de valores do país operaram com movimentos mistos. Isso aconteceu porque as projeções apontavam para um total de 177 mil novos empregos.
Apesar disso, o dólar comercial finalizou o dia com leve queda de 0,03%, cotado a R$ 5,6633 na compra e a R$ 5,6643 na venda. Em Wall Street, o Dow Jones, um dos principais indicadores da bolsa de Nova York, terminou a quarta-feira com um recuo de 0,39% a 31.270 pontos. Assim como o Nasdaq, que teve queda de 2,70% e terminou o dia com 12.997 pontos.
*Estagiárias sob supervisão de Carlos Alexandre de Souza
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.