A agropecuária cresceu 2%, no ano de 2020, puxada pela soja (7,1%) e pelo café (24,4%), que alcançaram produções recordes na série histórica. Por outro lado, algumas lavouras tiveram variação negativa na estimativa de produção anual, como, por exemplo, laranja (-10,6%) e fumo (-8,4%). “Esse resultado decorreu do crescimento da produção e do ganho de produtividade da agricultura, que suplantou o fraco desempenho da pecuária e da pesca”, afirmou Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE.
De acordo com o coordenador do Núcleo Econômico da CNA, Renato Conchon, com esse resultado, a participação do setor subiu em relação ao PIB total. “Passou de 6,7% em 2019 para 7,1%. E é importante destacar que muitas indústrias ligadas ao agro tiveram aumento de produção, a exemplo do papel, da celulose e de alimentos”, ressaltou. Para 2021, a expectativa é de que a safra seja tão boa quanto a de 2020. Ele lembrou que vários produtores de commodities (mercadorias com cotação internacional) se beneficiaram da desvalorização do real frente ao dólar americano.
“Mas muitos não se beneficiaram porque produzem para o mercado interno. Essa conta não é dolarizada. Só que nossos custos de produção, grande parte dos fertilizantes e os defensivos agropecuários, são importados e sofrem a influência do câmbio. Então, o custo de produção subiu, mas ainda assim, com boas expectativas de clima, esperamos uma boa produtividade para o Brasil”, reiterou Renato Chonchon.
No quarto trimestre do ano passado, no entanto, em relação ao trimestre anterior, a agropecuária recuou 0,5%. Na análise de Rebeca Palis, do IBGE, a retração foi motivada por um ajuste da safra. Quando comparado o último trimestre com o mesmo período de 2019, a queda do setor foi de -0,4%. De acordo com o IBGE, em 2020, o resultado do Valor Adicionado refletiu o desempenho das três atividades que o compõem: agropecuária (2%), indústria (-3,5%) e serviços (-4,5%), informa o IBGE.
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