Um levantamento realizado pela empresa de cibersegurança Syhunt, publicado no Estado de S. Paulo, indicou a violação de mais de 10 milhões de senhas de e-mails de brasileiros. O crime deixou vulneráveis diversos órgãos da administração pública federal. Dados de mais de 70 mil brasileiros foram reconhecidos, entre e-mails da Câmara dos Deputados, do Supremo Tribunal Federal (STF), de agências reguladoras e da Petrobras. A Syhunt informou que os dados foram publicados no mesmo site em que hackers venderam bases com dados de 223 milhões de CPFs, 40 milhões de CNPJs e 104 milhões de registros de automóveis, no megavazamento de janeiro.
O novo vazamento revelou senhas dos seguintes órgãos: Câmara dos Deputados; Supremo Tribunal Federal; Agência Nacional de Aviação Civil; Agência Nacional de Telecomunicações; Caixa Econômica Federal; Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social; ministérios do Turismo e de Transportes, secretarias estaduais de Saúde e endereços ligados a prefeituras, como Santos, Santo André e Salvador, estão no pacote.
No total, 68.535 senhas de e-mails no domínio “gov.br”, usado pela administração pública, foram afetadas. Outras 4.589 senhas do domínio “jus.br” foram disponibilizadas, o que inclui senhas do STF. No Legislativo, 218 senhas do domínio “camara.leg.br” estão listadas. Nessa base, é possível encontrar o e-mail que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) usava na época em que era deputado federal. Também foram encontrados e-mails de mais deputados na base “camara.gov.br”. No total, há 985 senhas nessa base, incluindo nomes que não estão mais em Brasília, como o do ex-deputado Jean Wyllys.
Já o domínio “senado.gov.br” teve 547 senhas vazadas. Endereços ligados à presidência da república também apareceram. O domínio “presidencia.gov.br” teve 28 senhas vazadas e o “cnv.presidencia.gov.br”, uma. Nenhum dos endereços estava ligado diretamente a nomes que passaram pela presidência nos últimos mandatos.
Também foram reconhecidas 8.863 senhas ligadas à Petrobras, mas nenhum dos dados está ligado a presidentes que passaram pelo comando da empresa nos últimos 10 anos. Foi possível encontrar, também, um endereço possivelmente ligado ao ministro da Economia, Paulo Guedes, da época em que estava na BR Investimentos.
Em nota, o Supremo informou que o material divulgado são informações antigas e que a corte já vem, desde o ano passado, renovando credenciais. “O tribunal informa que a área de segurança cibernética do STF teve acesso à íntegra do material e confirmou que trata-se de um compilado de informações antigas (...). Ou seja, não se trata de nenhum tipo de invasão a sistemas da Suprema Corte”, esclareceu o tribunal.
* Estagiária sob supervisão de Carlos Alexandre de Souza
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