INVESTIMENTOS

Bolsa pode oferecer ganhos atrativos para o investidor

Bolsa de Valores de São Paulo (B3) ainda não se recuperou totalmente do baque sofrido no início da pandemia de covid-19, e, por isso, ainda pode oferecer alguns preços atrativos

Marina Barbosa
postado em 22/03/2021 06:00 / atualizado em 22/03/2021 11:49
 (crédito: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)
(crédito: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

Se o investidor está em busca de retornos mais atrativos, a saída continua na renda variável, de acordo com especialistas. Eles lembram que a Bolsa de Valores de São Paulo (B3) ainda não se recuperou totalmente do baque sofrido no início da pandemia de covid-19, e, por isso, ainda pode oferecer alguns preços atrativos para o investidor. Mas é preciso saber garimpar as oportunidades.

Muitos agentes de mercado acreditam que, mesmo com as incertezas sobre a recuperação econômica, o controle da pandemia de covid-19 e a estabilidade política do país provocando dias de muita volatilidade, a Bolsa vai continuar atraindo novos investidores. A perspectiva do mercado é que o Índice Bovespa (IBovespa), principal indicador da B3, saia dos atuais 116 mil pontos para algo entre 120 mil e até 130 mil pontos até o fim do ano.

“Apesar das incertezas, a Bolsa ainda é a bola da vez e continuará atraindo os investidores, inclusive as pessoas físicas, que estão entendendo cada vez mais como funciona o mercado financeiro e estão em busca de retornos atrativos”, destaca o head de produtos da Speed Invest, Caio Rodrigues.

Estudo da XP Investimentos diz até que “não há uma relação clara e direta entre o IBovespa e a taxa de juros” e estima que, por isso, “na média, para cada 1% a mais na taxa Selic, o IBovespa caiu 0,07%”. O relatório, enviado pela XP a clientes após a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) elevar a Selic de 2% para 2,75% ao ano, informa que muitas das empresas que têm ações negociadas em bolsa costumam oferecer um dividendo anual superior aos 5% projetados para a taxa básica de juros neste ano. A corretora chegou a listar 30 empresas que se enquadram nessa situação. Entre elas, destacam-se Copel, Banco do Brasil, Vale, Itaú, Gerdau, SulAmérica, Petrobras, Ambev e Ultrapar. “Investir em ações com foco em dividendos neste cenário é uma grande oportunidade porque os investidores possuem uma ‘garantia’ de retorno e porque as companhias têm a obrigatoriedade, por lei, de remanejar pelo menos 25% seus proventos para os acionistas. Então, além de ganhar com os dividendos, é possível ter rentabilidade com o desempenho das ações”, informa.

“Bancos, seguradoras e importadoras tendem a se beneficiar da alta dos juros. Por outro lado, o varejo e a construção civil não gostam disso, pois o crédito passa a custar mais. Porém, o ritmo da recuperação econômica pode afetar isso, já que estamos em um momento atípico. O auxílio emergencial, por exemplo, pode ajudar o varejo. Já os bancos podem sofrer com a alta da inadimplência nessa situação”, avalia a analista da Rico Investimentos, Paula Zogbi. Por isso, a recomendação dela é aplicar em ações de empresas com bons fundamentos e, de preferência, baratas.

Rodrigues destaca, ainda, que é possível se proteger das altas e baixas do IBovespa mantendo parte da carteira em investimentos no exterior e em dólar. “Por mais que o real tenha se valorizado nos últimos dias, com o mercado reagindo bem à decisão do BC de se mostrar atento à inflação e subir os juros, o dólar é uma moeda forte perante ao real. Por isso, diversificar a carteira em termos de moeda e geografia é positivo”, explica. Ainda é possível se expor à renda variável por meio dos fundos multimercados, que oferecem mais segurança e um retorno atrativo para o investidor: segundo o Índice de Hedge Funds (IHFA) da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), os fundos multimercados de gestão ativa estão rendendo, em média, 14% ao ano.

O analista frisa, então, que a diversificação é o segredo para garantir uma boa relação de risco e retorno em qualquer carteira de investimento, a fim de diluir o risco da carteira. 

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