Mercado S/A

Se as grandes organizações não fraquejam diante de uma tragédia que afetou o planeta inteiro, como será quando a tempestade passar? Certamente, elas irão mais longe ainda

Amauri Segalla
postado em 30/03/2021 23:38
 (crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press - 22/12/20                  )
(crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press - 22/12/20 )

Receitas e caixa das empresas crescem na pandemia

Não é de hoje que as empresas brasileiras demonstram uma capacidade impressionante de resistir às grandes crises e aos percalços do país — que, admita-se, não são poucos. Apesar da pandemia do coronavírus, que virou do avesso a economia global, e da instabilidade política, que não dá trégua, os resultados das companhias de capital aberto em 2020 foram surpreendentes. Um estudo realizado pela consultoria Economática, especializada no setor financeiro, compilou os dados de 232 corporações listadas na B3 (Vale e Petrobras foram excluídas da pesquisa). No ano passado, a receita líquida desse grupo cresceu 11% e o lucro antes de juros e impostos (Ebit) subiu 15%. Precavidas, as empresas fizeram de tudo para preservar o capital — o caixa aumentou 50%. Se as grandes organizações não fraquejam diante de uma tragédia que afetou o planeta inteiro, como será quando a tempestade passar? A resposta é fácil: certamente, elas irão mais longe ainda.


Viagens e compras: os planos dos brasileiros para o pós-pandemia

Um levantamento realizado pelo Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe) identificou os objetivos pessoais dos brasileiros após um ano de pandemia. Diante do agravamento da crise, a sondagem concluiu que o brasileiro projeta vida melhor apenas em 2022. Para 75% dos pesquisados, a recuperação econômica ocorrerá só no ano que vem. Quando a pandemia passar, 25% dos entrevistados querem viajar, outros 23% pretendem comprar um imóvel e 21% planejam reformar a casa.


Custo do frete para a China aumenta cinco vezes

As exportações para o mercado asiático estão sofrendo com a disparada do valor do frete. Em apenas um ano, o preço para enviar produtos para a China subiu cinco vezes, algo inédito na história recente. Segundo especialistas, a desorganização do comércio global na pandemia foi uma das responsáveis pelo aumento, mas há outros motivos. Alguns setores sofrem mais. A escassez de contêineres refrigerados atrapalha, especialmente, o segmento de alimentos e também contribui para a escalada de preços.


Banco Central vai liberar pagamentos por WhatsApp

O assunto andava meio esquecido, mas voltou à tona graças ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Em evento on-line realizado pelo Banco Daycoval, ele afirmou que o “WhatsApp vai ser aprovado em breve no Brasil para fazer pagamentos”. A inovação foi amplamente debatida no ano passado, mas questões regulatórias atrasaram a sua liberação. O sistema é ágil: para fazer compras, enviar ou receber dinheiro, basta cadastrar um cartão de débito ou crédito de bancos parceiros.


R$ 735 milhões
foi o aporte recebido pela startup mineira Hotmart, especializada em cursos on-line. A rodada de captação foi liderada pelo fundo americano TCV, investidor da Netflix e Airbnb


"No final de 2022, devermos estar completamente de volta ao normal”
Bill Gates, fundador da Microsoft, ao comentar os efeitos da vacinação em massa no planeta

 

Rapidinhas

» Acabou o encanto dos investidores com as empresas de tecnologia? O desempenho recente de suas ações na Bolsa indica que sim. Em fevereiro, quatro das companhias do ramo que abriram o capital — Locaweb, Méliuz, Enjoei e Mosaico — valiam juntas R$ 34 bilhões. O tombo foi feio: agora, pouco mais de um mês depois, estão avaliadas em R$ 18 bilhões.

» A corretora XP produziu um relatório detalhando os motivos que tornam o mercado financeiro brasileiro um dos mais promissores do mundo: 30% da população sequer possuem conta bancária e só 27% têm acesso a cartão de crédito. Isso explica, por exemplo, o notável avanço das fintechs nos últimos anos.

» A Fórmula 1, quem diria, está conquistando novos adeptos. Considerada ultrapassada por muitos, a categoria amealhou 73 milhões de fãs em 2020, o equivalente a 20% do total de admiradores do esporte no mundo. Os dados da Nielsen detectaram algo ainda mais importante: o interesse pelas corridas é crescente entre os jovens de 16 a 35 anos.

» As grandes empresas têm se mobilizado para ajudar pequenos empreendedores. O Guaraná Antarctica criou uma espécie de hub de anúncios para os produtores caseiros de ovos de chocolate. Todo o projeto é feito pelo Instagram e permite que eles apresentem suas mercadorias diretamente para os consumidores.

 

 

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