O que mais preocupa o Banco Central são as possibilidades de que a nova onda da pandemia de covid-19 continue jogando a economia para baixo, em março e abril de 2021, e que o preço das commodities se mantenha em alta, apesar de a taxa básica de juros (Selic) ainda estar nos patamares mais baixos da série histórica. Foi o que disse Bruno Serra, diretor de Política Monetária do BC, durante o Debate Consulting House.
“Esse é o principal desafio. Que o choque das commodities não vá muito longe, que no pós-pandemia seja temporário e não se espalhe para 2022 e 2023, em diante”, afirmou.
Para ele, os juros brasileiros estão em um patamar “adequado” e salientou que o aumento dos preços das commodities aconteceu muito rápido no final do ano passado — o que, a princípio, parecia “uma boa notícia para o Brasil, um dos maiores produtores”. Mas a insistência dessa situação pode derrubar a economia e ter efeitos negativos sobre a carestia.
Serra reforçou que o compromisso do BC “é manter a inflação dentro da meta”, mas admitiu que a autoridade monetária “perdeu muito tempo para fazer a sinalização ao mercado” sobre o comportamento dos preços. Este ano, segundo Serra, a economia retomou, apesar da pandemia, e setores como a indústria tiveram avanço — somente os serviços, prejudicados pelo distanciamento social, continuam patinando, salientou.
Em outro evento, o diretor de Política Econômica do BC, Fabio Kanczuk, destacou que o Brasil só deve alcançar os juros neutros, que hoje giram em torno de 6,5%, em 2022. Conforme disse, atualmente a autoridade monetária trabalha com uma taxa real neutra de 3%, o que levaria a nominal a 6,5% se somada a uma inflação de 3,5%.
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