Combustíveis

Para conter preços, governo reduz mistura de biodiesel no diesel

Participação foi reduzida de 13% para 10%, por conta da alta de preços, que incomoda os caminhoneiros

Marina Barbosa
postado em 09/04/2021 20:04
 (crédito: Ed Alves/CB/D.A Press - 26/1/18)
(crédito: Ed Alves/CB/D.A Press - 26/1/18)

Para tentar segurar os preços do diesel e as queixas dos caminhoneiros, o governo federal reduziu de 13% para 10% a mistura do biodiesel no combustível. A decisão foi anunciada nesta sexta-feira (09/04) pelos ministérios de Minas e Energia e Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

"Fez-se necessário uma correção de rumo momentânea com relação ao percentual de mistura do biodiesel ao diesel comercializado no País, dos atuais 13% para 10%", informou o governo, em nota

Segundo o Executivo, a mudança se deve aos altos preços do óleo de soja. O óleo representa 71% das matérias primas utilizadas na produção do biodiesel e vem subindo de preço desde o ano passado por conta do aumento da demanda mundial por soja. Logo, tem pressionado o custo do diesel, que também vem sendo afetado pela alta dos preços internacionais de petróleo e pelo dólar elevado.

"Alívio imediato"

De acordo com os dados da inflação oficial do país, o diesel subiu 9,05% só em março. O resultado é que o litro do combustível já é vendido a R$ 5,78 em alguns postos do país, o que tem incomodado os caminhoneiros, que já ameaçaram fazer greve neste ano por conta da alta dos combustíveis. 

Ao anunciar a redução da participação do biodiesel no diesel, o Executivo ressaltou que "a questão dos combustíveis demanda do Governo zelo redobrado, uma vez que perpassa inúmeros setores (transporte público e de mercadorias) e atividades (agrícola e geração de energia, por exemplo), impondo a adoção de medida corretiva para mitigar eventual distorção momentânea que venha a ocorrer".

A mudança na mistura do biodiesel já havia sido solicitada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) no início de março. De acordo com a CNT, a porcentagem de 13% do Brasil "destoa dos níveis praticados em outros países", como Japão (5%) e Canadá (2% a 4%), e poderia provocar "alívio imediato sobre o preço do combustível" se fosse reduzida à metade.

A meta do governo, no entanto, é aumentar a participação do biodiesel no diesel para 15% até 2023. A elevação faz parte das metas de sustentabilidade aprovadas pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) no âmbito do Renovabio. Por isso, o Executivo também disse que, apesar desta redição, espera retomar "o quanto antes" essa política.

"O Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel (PNPB) tem proporcionado à população brasileira a redução das emissões de gases causadores do efeito estufa e de material particulado; a diminuição da dependência externa de importação de óleo diesel; a melhoria da qualidade do ar, principalmente nas grandes metrópoles do Brasil e, por conseguinte a redução de gastos públicos com a saúde", explicou.

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