CB.AGRO

Pandemia eleva busca por produtos orgânicos, aponta Joe Valle

Sócio fundador da fazenda Malunga e dos mercados Malunga, observou que esse crescimento exponencial tem consequências positivas também para o meio ambiente

Gabriela Bernardes*
postado em 10/04/2021 06:00
 (crédito: Foto: Marcelo Ferreira)
(crédito: Foto: Marcelo Ferreira)

A pandemia da covid-9 trouxe novos hábitos e uma mudança brusca no estilo de vida das pessoas. A disseminação do novo coronavírus fez consumidores se preocuparem mais com a saúde e buscar uma alimentação saudável. Em consequência disso, o consumo de produtos orgânicos — produzidos sem o uso de agrotóxicos — está cada vez mais em alta no Brasil. Segundo pesquisa da Associação de Promoção dos Orgânicos (Organis), de março a outubro de 2020, o consumo de alimentos orgânicos aumentou em 44,5% no país.

Em entrevista ao CB.Agro, programa realizado em parceria pelo Correio Braziliense e a TV Brasília, Joe Valle, sócio fundador da fazenda Malunga e dos mercados Malunga, observou que esse crescimento exponencial tem consequências positivas também para o meio ambiente. “Quem consome produtos orgânicos está ajudando a sustentar uma cadeia produtiva saudável no campo”, destacou.

Com a maior procura por alimentos orgânicos, Valle disse que tem investido em novos tipos de produto que mantenham o conceito de natural e saudável: “Agora, vendemos saladas prontas, que misturam a ideia do fast food com o sabor do slow food, e temos investido também em pizzas” , comentou.

Para o empresário, o aumento do interesse do público por alimentos naturais era inevitável, e a pandemia só antecipou essa tendência: “A pandemia trouxe mudanças que antes pensávamos que levariam cinco ou seis anos”, disse. Com a maior demanda, grandes empresas passaram a também investir em produtos mais saudáveis: “Isso se juntou a um momento especial do agronegócio, que é a questão do conhecimento científico de toda essa parte da produção sustentável, que tem crescido no país e no mundo. Grandes companhias que, antes, se dedicavam à produção de agrotóxicos, hoje prestam muita atenção à questão biológica”, observou.

Custos mais baixos

De acordo com Joe Valle, com o incentivo de grandes empresas, o produto orgânico se torna mais acessível. Além disso, ele destacou o papel importante da pesquisa científica no processo de redução de custos . “A Ciência precisa ser cada vez mais valorizada. Graças às pesquisas que realizamos na fazenda Malunga com a Embrapa e a UnB, está sendo possível produzir orgânicos em mais larga escala, e a tendência é democratizar ainda mais o acesso da população aos produtos orgânicos , com preços mais baixos.”

“A Embrapa, por exemplo, nos coloca à disposição tecnologias que nos permitem avançar, fazendo mais com menos e, por isso, baixar o custo de produção. Esse ganho é repassado para os nossos clientes, que querem cada vez mais consumir, mas também querem preços baixos. Afinal, a pandemia também afeta a vida financeira”, destacou. Assim, a tendência é que cada vez mais famílias tenham acesso a produtos naturais: “Há uma tendência de se produzir cada vez mais e em maior escala, barateando os produtos e levando o orgânico para a mesa de mais famílias brasileiras”, enfatizou.

De acordo com empresário, além de se destacar na produção, o DF é referência em gestão: “ O Distrito Federal é uma referência nacional, tanto de organização de produtores, pois temos um dos sindicatos mais atuantes do país, mas também pelo modelo de apoio aos agricultores familiares, com ênfase na produção orgânica. Há também muita pesquisa, além de muitas propriedades rurais que são referências tecnológicas e sustentáveis no Brasil inteiro”, afirmou.

*Estagiária sob a supervisão de Odail Figueiredo

 

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