Inovação

Presidente do Sebrae: vacina e digitalização são soluções para a covid

Em entrevista ao CB.Poder, Carlos Melles ressalta que a retomada das atividades econômicos depende muito da velocidade de imunização e do processo de digitalização dos serviços oferecidos por micro e pequenas empresas

Pedro Ícaro*
postado em 28/04/2021 19:31 / atualizado em 28/04/2021 19:32
 (crédito: Marcelo Ferreira )
(crédito: Marcelo Ferreira )

Para  presidente do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Carlos Melles, a saída para a crise econômica provocada pela pandemia está na vacinação em massa. Paralelamente, é importante adotar medidas que auxiliem os microempresários a se recuperarem do baque sofrido pelo novo coronavírus.  

“A vacinação é a chave, e o apoio que o Sebrae vem dando a micro e pequena empresa, também. Dizemos o seguinte, temos que ser um Sebrae que o Brasil precisa, um Sebrae ativo, propositivo, que dê respostas ao micro e pequeno empresário a tempo e a hora”, comentou o presidente do Sebrae nesta quarta-feira, (28/04), em em entrevista ao CB.Poder, programa realizado em parceria entre o Correio Braziliense e a TV Brasília.  

Carlos Melles elenca outros fatores que são decisivos neste momento e em um cenário pós-pandemia. A digitalização dos serviços para micro e pequenas empresas, segundo ele, é fundamental. Não há como fugir dessa realidade. Melles afirmou, na entrevista, que o Sebrae tem organizado parcerias com grandes empresas e plataformas digitais para auxiliar pequenos produtores a fazer suas vendas de forma online, principalmente nesse período delicado de pandemia.

“Ressaltamos sempre: cuide de você, do seu cliente. Mas retome o digital, não tem outro caminho. É irreversível, e nisso o Sebrae está muito, mas muito atento. Cursos online, parcerias com a Cielo, parcerias com o Santander, aliás com todos os bancos. Inclusive com a chegada do PIX, com a chegada dos meios facilitados de pagamento, isso está dando muita velocidade e muita praticidade também a negociação da micro e pequena empresa. Esse é um ponto central: ou retoma digital ou praticamente não retoma. Você pode ser um mix de home office, um mix de presencial, mas o digital tem que estar presente”, disse Melles.

Criatividade e resiliência

O presidente do Sebrae considera a pandemia extremamente desafiadora para micro e pequenas empresas, motor da economia e responsáveis por mais de 50% dos empregos formais no setor privado. Mas ele confia na criatividade e resiliência do empreendedor brasileiro e diz que o Sebrae está a postos para auxiliar os pequenos negócios nesse momento difícil. 

“Estamos trabalhando com a micro e pequena empresa na criatividade, na diversidade de produtos e serviços, como fidelizar o consumidor. O brasileiro é muito empreendedor, é muito criativo, aliás é um dos países da população mais empreendedora do mundo. O brasileiro tem se virado, ele tem buscado opções. Quem fazia roupa intima, que não está vendendo muito, está fazendo um pijama ou fazendo máscara; quem vendia no restaurante que não teve jeito fez um marmitex. O microempreendedor acha apoio no Sebrae pra fazer essa transformação ou essa adaptação”, explicou Carlos Melles.

Reação no turismo

O setor de turismo foi um dos que mais sofreu durante a pandemia, segundo o presidente do Sebre. Cancelamento de viagens e locais fechados para visitação impuseram grandes dificuldades ao segmento. Melles, no entanto, já observa uma reação. Segundo ele, empresas já se preparam para voltar a crescer quando a crise da Covid-19 passar. E adiantou que o governo federal estuda medidas de incentivo.

“O turismo vai ter uma grande retomada. É um setor que está há quatorze meses sem faturamento. Uma notícia boa é que estamos fazendo um estudo, junto com ministro Paulo Guedes e o presidente Bolsonaro, com aqueles que menos faturaram. Damos um prazo de isenção, de não recolher impostos, começando pelo turismo. Mas a ideia é atender ao segmento da micro e pequena empresa como um todo. Aqueles que tiveram maior queda de faturamento podem ter uma compensação maior nesse sentido de não pagar tributos”, disse.

* Estagiário sob a supervisão de Carlos Alexandre de Souza 

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