São Paulo

Caixa Seguridade estreia na Bolsa e levanta R$ 5 bilhões

IPO do braço de seguros da Caixa Seguridade ocorreu nesta quinta-feira (29/4) e teve a maior captação do ano na B3. Liquidação da oferta vai gerar um ganho bruto de R$ 3,3 bilhões no resultado da Caixa

Marina Barbosa
postado em 29/04/2021 10:11 / atualizado em 29/04/2021 10:36
 (crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
(crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)

A Caixa Seguridade estreou na Bolsa de Valores de São Paulo (B3) nesta quinta-feira (29/4) e, com isso, captou R$ 5 bilhões. A oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) do braço de seguros da Caixa Econômica Federal representa, então, o melhor IPO já realizado neste ano na B3. A liquidação da oferta vai gerar um ganho bruto de R$ 3,3 bilhões no resultado da Caixa.

Com o IPO, a Caixa Seguridade ofertou 450 milhões de ações e mais um lote suplementar de 67,5 milhões de ações. Foram, então, 517,5 milhões de ações negociadas sob o código CXSE3 a R$ 9,67. O preço foi fixado na terça-feira (27) e ficou perto do piso da faixa de estimativa da oferta, que era de R$ 9,33 a R$ 12,67. Ainda assim, garantiu à Caixa a maior captação do ano na B3.

Segundo dados da Bolsa de Valores de São Paulo, 21 IPOs já foram realizados em 2021. E, até então, o maior volume de captação havia sido o da CSN Mineração, que levantou R$ 4,9 bilhões na oferta inicial de ações realizada em fevereiro. "É um dos IPOs mais aguardados há algum tempo", explicou o CEO da B3, Gilson Finkelsztain.

O IPO da Caixa Seguridade estava previsto para ocorrer no início de 2020 e acabou sendo adiado para este ano por conta da pandemia da covid-19, que derrubou os mercados globais no ano passado. E, de acordo com o CEO da B3, atraiu muitos investidores por conta do perfil da Caixa Seguridade, que é uma das principais empresas de seguros do Brasil. "A oferta da Caixa Seguridade aumenta a quantidade de empresas diferenciadas que a gente tem listadas na B3", afirmou.

A operação também se diferencia dos demais IPOs realizados neste ano por conta do perfil dos investidores que compraram as ações da Caixa Seguridade. É que a Caixa reservou 50% da oferta para o público do varejo, isto é, para pequenos investidores, que, normalmente, ficam com 10% das ofertas iniciais de ações realizadas no país.

"São 150 mil pessoas, das quais ao redor de 50 mil são aposentados e empregados. Nunca nenhuma empresa teve um número tão grande de empregados e aposentados participando de uma oferta. Isso demonstra claramente a confiança que os empregados da Caixa têm hoje", comentou o presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, na B3.

Pedro Guimarães disse, ainda, que os novos acionistas vão ajudar a manter a governança da Caixa. Logo, vão evitar novos atos de corrupção no banco. "Hoje, temos 150 mil novos investidores e esses investidores não vão deixar que a Caixa seja utilizada como foi no passado. Da próxima vez que tentarem utilizar a Caixa para fazer uma coisa que é incorreta, teremos 150 mil vozes discordando disso", afirmou.

Próximos passos

Membro do Conselho de Administração da Caixa, André Berenguer acrescentou que "ser uma empresa pública não significa não ter acionistas, como passamos a ter agora". Os planos da Caixa na B3, por sinal, não param na Caixa Seguridades. O banco também pretende abrir o capital da Caixa Cartões, da Caixa Asset e do banco digital que está sendo construído por meio do Caixa Tem, o aplicativo criado para viabilizar o pagamento de programas sociais como o auxílio emergencial na pandemia de covid-19.

Por conta disso, Guimarães destacou o potencial do Caixa Tem no evento que marcou o início da negociação das ações da Caixa Seguridade. "Temos um orgulho imenso de ajudar as pessoas mais carentes no momento mais difícil dos últimos 100 anos, como foi o auxílio, e com a criação, em 20 dias, de um banco digital de mais de 50 milhões de contas, com a inclusão de 38 milhões de pessoas que não tinham uma conta em banco", comentou. A Caixa, no entanto, ainda não definiu quando serão os próximos IPOs.

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