CB.Agro

Plano ABC+ busca aprimorar a agroindústria com sustentabilidade

Coordenadora geral de mudanças do clima do Ministério da Agricultura comenta sobre o Plano ABC e ABC+ em entrevista ao Correio nesta sexta-feira (07/05). Ela relata avanços tecnológicos que aumentam a produção e preservam o meio ambiente

Pedro Ícaro*
postado em 07/05/2021 19:31 / atualizado em 07/05/2021 19:49
 (crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press                        )
(crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press )

Em uma década, o plano Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (ABC) organizou e estruturou o campo e hoje colhe os resultados, como comida mais saudável à mesa dos brasileiros. É o que afirma Fabiana Villa Alves, coordenadora geral de mudanças do clima do Ministério da Agricultura. Nesta sexta-feira (07/05), ela participou do programa CB. Agro, parceria entre o Correio Braziliense e a TV Brasília.

“A dona de casa colhe esse resultado quando ela come uma comida mais saudável, uma comida com melhores preços, apesar da pandemia ter mudado um pouco nosso panorama. É onde temos essa produção de alimentos no campo mais sustentável. Quando falamos no plano ABC, falamos em uma década de ações que foram coordenadas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento”, comentou Villa Alves.

A coordenadora geral disse que o programa passou por uma atualização, com o lançamento do plano ABC. As mudanças foram necessárias em razão dos resultado obtidos com o projeto e da conjuntura mundial referente à produção de alimentos e o esforço em favor da sustentabilidade. Um dos pontos importantes nesse sentido é a adoção de tecnologias para reduzir a emissão de gases de efeito estufa. 

“O Brasil é líder mundial nesse tipo de sistema [sistema de integração lavoura pecuária floresta]. São sistemas onde eu tenho a produção, a árvore e o pasto em uma mesma área. Isso significa eficiência, ou seja, não preciso abrir novas áreas; não preciso desmatar para produzir mais. Se a gente for pensar, na década de 1970, importávamos arroz e feijão e comíamos carne uma, duas vezes por semana”, comparou a especialista. 

Acordos climáticos

Villa Alves ressaltou os esforços do Brasil, país de clima tropical, para se tornar um dos grandes produtores mundiais de alimento.  “Só conseguimos fazer essa mudança com muita ciência! Por exemplo, a soja que  usamos no óleo de soja, na comida diariamente, é uma planta de clima temperado, de clima frio. Hoje nós somos os maiores produtores de soja do mundo. Conseguimos isso realmente com muita ciência, com muita pesquisa. Isso nos torna um grande celeiro. Por outro lado, também temos os olhos de outros países voltados para nós”, comentou.

Segundo a coordenadora-geral, o plano ABC está inteiramente ligado aos acordos climáticos firmados com outros países. De resto, o projeto foi resposta a esses compromissos, com o objetivo, dez anos atrás, de implantar cerca de 35 milhões de hectares com sistemas sustentáveis. Trata-se de uma área equivalente ao território da Alemanha. Segundo Villa Alves, a meta foi ultrapassada e chegou à dimensão de uma Alemanha e meia.

Apesar dos avanços na agroindústria sustentável, a especialista em clima do ministério da Agricultura vê problemas. Ela cita particularmente a pecuária predatória, que desrespeita o meio ambiente. “Essa é uma pecuária que não é sustentável, ela não rende recursos, renda para aquele produtor, ela está ali mais como um aproveitamento, um extrativismo. O que é ilegal não dá renda, não dá dinheiro", descreve Villa Alves.

"Nós temos problemas, por exemplo, com os abates. Temos abates ilegais. Esse animal não é cadastrado, não tem histórico. Às vezes ele não é vacinado e, infelizmente, chega aos consumidores com menor poder aquisitivo”, falou.

* Estagiário sob a supervisão de Carlos Alexandre de Souza 

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