CB.AGRO

Plano estrutura produção sustentável no campo

Pedro Ícaro*
postado em 07/05/2021 23:22
 (crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
(crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)

Em uma década, o plano Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (ABC) organizou e estruturou o campo e, hoje, colhe os resultados, possibilitando que os brasileiros tenham comida mais saudável na mesa. É o que afirma Fabiana Villa Alves, coordenadora-geral de Mudanças do Clima do Ministério da Agricultura. Fabiana foi a entrevistada de ontem do CB. Agro, programa realizado em parceria entre o Correio Braziliense e a TV Brasília.

“A dona de casa e as famílias se beneficiam do resultado do programa quando têm acesso a uma comida mais saudável, uma comida com melhores preços, apesar de a pandemia ter mudado um pouco nosso panorama. Mas nós temos, hoje, uma produção mais sustentável de alimentos no campo. Quando falamos no plano ABC, falamos em uma década de ações coordenadas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, com o objetivo de aprimorar o setor”, disse Fabiana Alves.

Após mudanças no contexto mundial, recentemente o ministério fez o lançamento do plano ABC+, que, segundo a coordenadora-geral, pretende melhorar ainda mais a eficiência e a sustentabilidade da produção agropecuária. O ABC+ foi baseado nos resultados e nas lições aprendidas com o plano anterior. Além disso, o ministério acrescentou ao novo plano tecnologias que erradicam os gases do efeito estufa.

É o caso, por exemplo, do sistema de produção integrada entre lavoura, pecuária e floresta. “O Brasil é líder mundial nesse tipo de sistema. Nele, temos a produção, as árvores e o pasto em uma mesma área. Isso significa eficiência, ou seja, eu não preciso abrir novas áreas, não preciso desmatar para produzir mais.

Fabiana destacou, ainda, a evolução da produção agrícola nacional nas últimas décadas, que garantiu a segurança alimentar dos brasileiros. “Na década de 1970, nós importávamos arroz e feijão e comíamos carne uma, duas vezes por semana”, lembrou.

A coordenadora enfatizou, também, que o Brasil está, hoje, entre os maiores produtores e exportadores de alimentos, graças à aplicação da ciência ao trabalho do campo. “O óleo de soja que usamos diariamente vem de uma planta originária de clima temperado, de clima frio. Hoje, temos extensas lavouras no cerrado e somos os maiores exportadores de soja do mundo. Conseguimos isso graças a muita pesquisa científica. Isso nos faz ser um grande celeiro e, por outro lado, temos todos os olhos dos outros países voltados para nós”, explicou.

Segundo a coordenadora-geral, o plano ABC está inteiramente ligado aos acordos climáticos internacionais firmados pelo Brasil. O projeto, inclusive, foi resposta a esses compromissos, com o objetivo, definido 10 anos atrás, de implantar 35 milhões de hectares com sistemas sustentáveis, área equivalente ao território da Alemanha. A meta foi ultrapassada e chegou à dimensão de uma Alemanha e meia.

No caso da pecuária, Fabiana Alves observou que muitos ainda veem a atividade como ambientalmente negativa, e a responsabilizam, principalmente, pelo desmatamento. Para ela, essa é uma visão errônea do setor como um todo, que trabalha de acordo com a legislação e não pode ser julgado pelas atitudes de uma parcela que age de forma predatória.

“Essa é a pecuária ilegal, que não é sustentável, não dá renda ao produtor”, frisou Fabiana. “Nós temos problemas com abates ilegais de animais que não são cadastrados, que, às vezes, não são vacinados e chegam, infelizmente, para consumidores com menor poder aquisitivo”, disse.

*Estagiário sob supervisão de Odail Figueiredo


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