PRÓ VACINA

Vacinação é chave, diz presidente do Banco Central

"A economia global está diretamente ligada à evolução da pandemia", afirmo

Vera Batista
postado em 15/05/2021 07:00
 (crédito: Alessandro Dantas)
(crédito: Alessandro Dantas)

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, admitiu que novos casos de mortes e contaminados pelo coronavírus “impactam as expectativas dos investidores”, fato que ocorre, disse, em todo o mundo, inclusive nas economias desenvolvidas, que seguem em trajetória de recuperação. “A economia global está diretamente ligada à evolução da pandemia”, afirmou. Ele disse que as pessoas e as empresas já se adaptaram melhor à pandemia, e conseguiram produzir mais, apesar das novas restrições de mobilidade.

Mas o Brasil tem um bom sistema de vacinação e, na sua análise, “até julho, todos do grupo de risco estarão vacinados”. Novos lockdowns, por outro lado, serão pouco eficientes e terão pouco efeito na economia. “Estamos vendo a vacinação avançando em muitos lugares. Muitos países têm mais doses do que é necessário. Alguns estão exportando vacinas, outros estão produzindo seus próprios imunizantes. Se você for mais rápido, consegue recuperar o tempo perdido”, afirmou.

Em evento organizado pelo Bank of America (BofA), Campos Neto apresentou um gráfico mostrando que, em termos de responsabilidade fiscal, o Brasil é um dos piores do ranking. Como a maioria, o país ainda não voltou aos níveis pré-covid, e vive um momento de alta da inflação, causada principalmente pela elevação do preço das commodities (mercadorias com cotação internacional) e pelo encarecimento da energia elétrica. “Para avançar, o Brasil precisa das reformas”, assinalou Campos Neto.

O presidente do BC disse, ainda, que não vê problemas fiscais mais graves, se não houver gastos extras. “Quanto mais se gasta com benefícios, o resultado lá na frente será o contrário. Gastos com muitos benefícios, para o crescimento, terá o efeito oposto”, garantiu. Ele lembrou que, na última reunião, o Comitê de Política Monetária (Copom), elevou a taxa básica de juros (Selic), em 0,5 ponto percentual para evitar alta maior da inflação, principalmente em 2022.

Mesmo com os problemas fiscais, o crédito tem se expandido no país. “Temos crédito disponível e novas modalidades de crédito sendo criadas”, mencionou Campos Neto. Ele ressaltou, ainda, o desempenho do BC nas medidas de avanço tecnológico, como o Pix e o Open Banking. “Acredito que o crescimento da tecnologia é o número um para a inclusão”, afirmou.

Controle
Pela manhã, o diretor de Política Monetária do Banco Central, Bruno Serra Fernandes, em evento on-line do Credit Suisse afirmou que o ajuste mais acelerado dos juros que o BC tem levado a cabo desde março “é a chave para controlar as expectativas de inflação e para garantir que esse choque seja, de fato, temporário”.

Serra também defendeu maior transparência do BC na comunicação com o mercado. As constantes altas dos juros, embora necessárias, disse Serra Fernandes, devem ser pontuais, e levando em consideração a conjuntura. “O ajuste total de uma vez só levaria as projeções de inflação para níveis abaixo do consistente com a meta no horizonte relevante”, disse.

“Estamos vendo a vacinação avançando em muitos lugares. Muitos países têm mais doses do que é necessário. Se você for mais rápido, consegue recuperar o tempo perdido”

Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central

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