Comércio exterior

"Há espaço para crescer mais", afirma analista sobre balança comercial

Segundo dados divulgados pelo Ministério da Economia nesta terça-feira (1/6), resultado aponta crescimento de 29,4% em relação a maio de 2020.

Pedro Ícaro*
postado em 01/06/2021 18:54 / atualizado em 01/06/2021 19:09
Agronegócio foi um dos setores que turbinou as exportações em maio -  (crédito: Ed Alves/CB/D.A Press)
Agronegócio foi um dos setores que turbinou as exportações em maio - (crédito: Ed Alves/CB/D.A Press)

Nesta terça-feira (1/06) o Ministério da Economia divulgou a Balança Comercial Brasileira em que aponta, com dados referentes ao mês de maio, um superávit de US$ 9,291 bilhões, com crescimento de 29,4% em comparação com maio de 2020, que teve como saldo comercial US$ 6,8 bilhões de dólares. A corrente de comércio, segundo a balança, superou o mesmo mês do ano anterior, com aumento de 50,6%, batendo o recorde de 2012, que foi 43,6%.

“O que observamos, em maio, é que é mais um mês com resultados positivos para o comércio exterior brasileiro. A principal causa é o aumento da demanda externa e da demanda interna. A gente vive um momento de recuperação econômica, tanto internacional quanto nacional, e isso se reflete nos dados de comércio exterior”, disse o subsecretario de inteligência e estatística de comércio exterior do Ministério da Economia, Herlon Brandão.

A exportação em maio passado bateu recorde para o período. Segundo o subsecretário, cresceu cerca de 46,5%, somando US$ 26,948 bilhões. O último recorde foi registrado em maio de 2012, com US$ 23,1 bilhões. Já em relação às importações, houve um crescimento ainda mais expressivo de 57,4% somando US$ 17,657 bilhões.

“Apesar dessa forte recuperação da importação, ainda está um pouco distante dos máximos históricos que foi US$ 20/21 bilhões por volta de 2013/2014. Então, há espaço para crescer mais, mas observamos nesse caso um forte crescimento”, disse Herlon Brandão.

Agro e indústria

A exportação foi impulsionada por três categorias de produtos, agropecuária (com 43% de aumento), indústria extrativa (com 85,8% de aumento) e a indústria de transformação (com 34,6% de aumento). Herlon Brandão destacou a quantidade de produtos exportados da indústria de transformação, com resultados positivos, aumento do volume e recuperação da categoria.

“O que mais impulsiona o valor exportado em relação a categoria é o preço da indústria extrativa, com aumento de 119,5%. A agropecuária apresenta um aumento de preço de 31,4%, e a indústria de transformação 19,1%. O total exportado tem um aumento de preço de 38,5%”, detalhou o subsecretário.

Na importação, há um crescimento de todas as categorias de bens importados, em especial a indústria extrativa, com 107,5%; a indústria de transformação, que representa 56,5%; e a agropecuária, com 36,8%. A indústria extrativa apesar do aumento no preço de 27,1% também houve um aumento de volume, cerca de 69,6%, assim como a indústria de transformação com aumento de 43,3% de volume.

A média diária exportada ultrapassou a faixa de US$ 1,3 mil em abril. No mês de maio, a média está em aproximadamente US$ 1,28 mil, uma pequena diminuição com relação ao período anterior. Na importação, a média diária está em uma curva ascendente nos últimos três meses, incluindo maio, devido à demanda interna por bens importados.

No primeiro trimestre do ano, Herlon Brandão divulgou que a previsão era de 27% de crescimento na exportação. De janeiro a maio esse crescimento ultrapassou a expectativa, chegando a 31,1%. A importação também superou as previsões, que eram de 11,6% no primeiro trimestre, Em maio, chegou a 20,9%. No ano, as exportações totalizam US$ 109,065 bilhões, e as importações, US$ 81,536 bilhões, com saldo positivo de US$ 27,529 bilhões e corrente de comércio de US$ 190,601 bilhões.

*Estagiário sob supervisão de Carlos Alexandre de Souza 

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