CONJUNTURA

IFI prevê PIB maior e superavit primário a partir de 2025

Pelas novas projeções da entidade, o Produto Interno Bruto (PIB) deverá crescer 4,2%, neste ano, em vez de 3%, o que ajudará a elevar o PIB nominal

Rosana Hessel
postado em 17/06/2021 06:00
Salto:
Salto: "Uma melhora ocasionada pela inflação é sempre perigosa" - (crédito: Carlos Vieira/CB/D.A Press)

Com a inflação mais elevada, a Instituição Fiscal Independente (IFI), do Senado Federal, revisou as contas e passou a prever a volta do superavit primário (economia para o pagamento dos juros da dívida pública) a partir de 2025. Antes, a entidade projetava as contas públicas no vermelho até 2030, pelo menos. Agora, prevê que o governo central (Tesouro Nacional, Previdência e Banco Central) terá superavit de R$ 10 bilhões em 2025, o primeiro desde 2014.

Pelas novas projeções da entidade, o Produto Interno Bruto (PIB) deverá crescer 4,2%, neste ano, em vez de 3%, o que ajudará a elevar o PIB nominal, para R$ 8,4 trilhões, o que contribui para a redução da dívida pública bruta, que passará de 88,8% do PIB, em 2020, para 85,6%, neste ano. De qualquer modo, a dívida continua elevada, cerca de 30,5 pontos percentuais acima da média dos países emergentes.

Melhora

“O aumento do PIB nominal influenciado pelo ponto de partida mais alto, em 2021, produz efeitos na receita nominal e melhora o resultado primário”, destacou o economista Felipe Salto, diretor-executivo da IFI. Ele explicou que o fator preponderante para a redução da dívida bruta é o aumento na projeção do PIB nominal, “que está influenciado por um deflator do PIB elevado, refletindo os efeitos do câmbio, principalmente, na inflação”.

De acordo com Salto, essa melhora também é resultante de “alguma venda de reservas” cambiais e do aumento das devoluções dos aportes da União no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que devem somar R$ 100 bilhões neste ano.

Salto faz um alerta: “Uma melhora ocasionada pela inflação é sempre perigosa. Se isso se perpetuar, poderá levar a um aumento permanente da inflação e dos juros, e, consequentemente, produzir aumento do custo da dívida e piora fiscal”. Ele defende a necessidade de uma política fiscal mais equilibrada.

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